A 31 de Agosto concebemos, mas ainda faltavam 15 dias até à altura de fazer um teste de gravidez.
Até ao dia em que é suposto vir a menstruação mais vale aguardar ansiosamente, porque os negativos podem ser falsos, uma vez que a hormona beta HCG poderá não estar em quantidade suficiente para permitir um resultado positivo.
Como vos disse no artigo anterior, que podem ler aqui, tive uma atitude bastante científica do engravidar e muni-me de diversos testes. Tal como comprei uma quantidade enorme dos testes de ovulação, também mandei vir uns quantos testes de gravidez para estar à vontade para os fazer durante vários dias seguidos.
Antes de fazer o teste já andava desconfiada de que poderia estar grávida. É a vantagem de estudarmos o nosso ciclo menstrual e as alterações que ocorrem no nosso corpo durante o mesmo.
No meu caso, em vez de ter os sintomas habituais da tensão pré-menstrual, estes simplesmente não aconteciam. Uma semana e meia antes da menstruação costumava ficar com o ventre inchado, com humor bastante oscilante e com as mamas doridas. Desta vez nada disso estava a acontecer, embora no dia antes do aparecimento previsto da menstruação tenha tido um mini surto de loucura. Aliada a esta falta de sintomatologia, aparecia uma nova: sangramento das gengivas ao lavar os dentes, tonturas que me obrigavam a sentar no chão para não cair para o lado e o colo cervical subido, mole e fechado.
Obviamente que isto por si só pode não significar que haja uma gravidez: quem está a tentar já deve ter percebido que os sintomas de uma gravidez podem ser exactamente os mesmos que os sintomas da TPM. Só que as diferenças eram tantas e em simultâneo, que me fizeram quase ter a certeza.
Comecei a testar antes do primeiro dia da menstruação, apenas porque em alguns casos há resultados positivos. Não foi o que me aconteceu. Dois dias seguidos de resultados negativos.
No dia 15 de Setembro, dia em que era suposto aparecer a menstruação, levantei-me e fui fazer o teste. Sem grandes expectativas, porque nunca fui certinha, variava sempre dois ou três dias.
Sem ser muito evidente, lá estava: uma risquinha muito, muito ténue. Quase imperceptível. Tão discreta que ponderei ser uma alucinação provocada pela vontade de a ver.
O coração começou a acelerar, os lábios começaram a esboçar um sorriso, as minhas pernas começaram a ficar agitadas. Mas a linha era tão ténue... E se fosse um falso positivo? Não valia a pena ter grandes esperanças... E se estivesse a ver mal? Era possível, sempre fui meio pitosga, que é como quem diz praticamente cega (-5 dioptrias, hey!!). Diziam as instruções do teste e todas as páginas do Google que não interessava a intensidade da linha: ténue ou carregada, a existência de linha significa um resultado positivo.
Sentia vontade de dar gritinhos! "Consegui! Consegui!"
Conto ao Duarte?
Ou espero quase um mês e faço-lhe uma surpresa pelos anos? Vou fazer uma surpresa!
Mas e se é uma alucinação e não está mesmo ali uma linha? Nunca conheci ninguém com visão melhor do que o meu marido (é de outro mundo! Deve ser para compensar a surdez, já que muitas vezes não me ouve).
Só que uma surpresa era fixe...
- Acho que estou grávida. Vês aqui um risquinho? Isto é um risquinho, não é? - Disparei de chofre. Não aguentei, nem o preparei. Foi assim, enquanto cada um trabalhava no seu computador.
- Eu acho que sim - respondeu-me ele, com muito menos entusiasmo do que eu estava à espera. Afinal, ele queria isto há muito mais tempo e com mais urgência do que eu.
Como boa mulher que sou, não confiei nas palavras dele. Era melhor ir à farmácia comprar um. Mais uma risquinha ténue. Bolas! Tinha de comprar um digital.
Tinha combinado almoçar com uma amiga num centro comercial e ela encontrou-me na farmácia.
- Acho que estou grávida. - Gritinhos!! Fomos das primeiras a saber da gravidez uma da outra, tal era a nossa ansiedade.
Gastei um dinheirão num teste digital. Agora era só aguentar até à manhã seguinte.
Acordei eram 04h30 da manhã. "Já é manhã", pensei, "tudo bem que ainda está escuro e lhe chamam madrugada, mas já deve dar para fazer o teste".
O tempo que demorou até poder ler o resultado, pareceu uma eternidade. Principalmente, quando estava fechada na casa de banho, sozinha.
"Grávida. 1 - 2 semanas"
Corri para a cama, acendi a luz, acordei o meu marido, encostei-lhe o teste à cara.
- Olha! Confirma-se!
Ele ainda precisou de um minuto para processar o que se estava a passar e em que mundo estava. Depois sorriu e voltou a dormir.
Continuava com muito menos entusiasmo do que eu antecipava e confesso que me senti bastante sozinha durante os primeiros tempos de gravidez. Então, o caramelo não podia ouvir falar em bebés sem ficar um silêncio constrangedor entre nós, e agora nenhuma reacção decente?
Nos dias seguintes não sabia bem o que fazer. Estava muito entusiasmada e ansiosa.
Havia uma vida a crescer dentro de mim. A natureza no seu esplendor, era absolutamente fascinante. Nunca tinha percebido o quão maravilhoso e belo é este processo. Nunca tinha percebido, a sério, que o meu corpo era capaz de ser tão perfeito, tão fantástico.
Ao mesmo tempo que estava fascinada com a perfeição da natureza e com a maravilha que é ser mulher, estava super ansiosa. Era a maior mudança da minha vida, a mais desconhecida, a mais irreversível. Iria mudar a minha vida radicalmente e não era capaz de visualizar como. Iria dar-me a conhecer uma nova faceta minha, um novo mundo, uma nova vida. Era assustador e fabuloso ao mesmo tempo.
Peguei logo num papel e numa caneta:
Querida sementinha: o mundo deveria parar e saber que aí vens. Todos os telejornais, capas, redes sociais, blogs, canais de youtube e programas de rádio deveriam anunciar "A Sementinha, do tamanho da de uma papoila, está a caminho!". Com toda a pompa e circunstância, com confettis dourados, bolinhas de sabão, cornetas, bandeiras, fontes e repuxos!
Deviam apontar para a minha barriga e dizer "Nem se nota, mas já é enorme! É o fruto do amor, é o segredo da vida, o porquê de estarmos neste mundo, o porquê de existirmos. É a Sementinha!"
Imagem retirada daqui |
Como vos disse no artigo anterior, que podem ler aqui, tive uma atitude bastante científica do engravidar e muni-me de diversos testes. Tal como comprei uma quantidade enorme dos testes de ovulação, também mandei vir uns quantos testes de gravidez para estar à vontade para os fazer durante vários dias seguidos.
Antes de fazer o teste já andava desconfiada de que poderia estar grávida. É a vantagem de estudarmos o nosso ciclo menstrual e as alterações que ocorrem no nosso corpo durante o mesmo.
No meu caso, em vez de ter os sintomas habituais da tensão pré-menstrual, estes simplesmente não aconteciam. Uma semana e meia antes da menstruação costumava ficar com o ventre inchado, com humor bastante oscilante e com as mamas doridas. Desta vez nada disso estava a acontecer, embora no dia antes do aparecimento previsto da menstruação tenha tido um mini surto de loucura. Aliada a esta falta de sintomatologia, aparecia uma nova: sangramento das gengivas ao lavar os dentes, tonturas que me obrigavam a sentar no chão para não cair para o lado e o colo cervical subido, mole e fechado.
Obviamente que isto por si só pode não significar que haja uma gravidez: quem está a tentar já deve ter percebido que os sintomas de uma gravidez podem ser exactamente os mesmos que os sintomas da TPM. Só que as diferenças eram tantas e em simultâneo, que me fizeram quase ter a certeza.
Imagem retirada daqui |
Comecei a testar antes do primeiro dia da menstruação, apenas porque em alguns casos há resultados positivos. Não foi o que me aconteceu. Dois dias seguidos de resultados negativos.
No dia 15 de Setembro, dia em que era suposto aparecer a menstruação, levantei-me e fui fazer o teste. Sem grandes expectativas, porque nunca fui certinha, variava sempre dois ou três dias.
Sem ser muito evidente, lá estava: uma risquinha muito, muito ténue. Quase imperceptível. Tão discreta que ponderei ser uma alucinação provocada pela vontade de a ver.
O coração começou a acelerar, os lábios começaram a esboçar um sorriso, as minhas pernas começaram a ficar agitadas. Mas a linha era tão ténue... E se fosse um falso positivo? Não valia a pena ter grandes esperanças... E se estivesse a ver mal? Era possível, sempre fui meio pitosga, que é como quem diz praticamente cega (-5 dioptrias, hey!!). Diziam as instruções do teste e todas as páginas do Google que não interessava a intensidade da linha: ténue ou carregada, a existência de linha significa um resultado positivo.
Sentia vontade de dar gritinhos! "Consegui! Consegui!"
Conto ao Duarte?
Ou espero quase um mês e faço-lhe uma surpresa pelos anos? Vou fazer uma surpresa!
Mas e se é uma alucinação e não está mesmo ali uma linha? Nunca conheci ninguém com visão melhor do que o meu marido (é de outro mundo! Deve ser para compensar a surdez, já que muitas vezes não me ouve).
Só que uma surpresa era fixe...
- Acho que estou grávida. Vês aqui um risquinho? Isto é um risquinho, não é? - Disparei de chofre. Não aguentei, nem o preparei. Foi assim, enquanto cada um trabalhava no seu computador.
- Eu acho que sim - respondeu-me ele, com muito menos entusiasmo do que eu estava à espera. Afinal, ele queria isto há muito mais tempo e com mais urgência do que eu.
Como boa mulher que sou, não confiei nas palavras dele. Era melhor ir à farmácia comprar um. Mais uma risquinha ténue. Bolas! Tinha de comprar um digital.
Tinha combinado almoçar com uma amiga num centro comercial e ela encontrou-me na farmácia.
- Acho que estou grávida. - Gritinhos!! Fomos das primeiras a saber da gravidez uma da outra, tal era a nossa ansiedade.
Gastei um dinheirão num teste digital. Agora era só aguentar até à manhã seguinte.
Acordei eram 04h30 da manhã. "Já é manhã", pensei, "tudo bem que ainda está escuro e lhe chamam madrugada, mas já deve dar para fazer o teste".
O tempo que demorou até poder ler o resultado, pareceu uma eternidade. Principalmente, quando estava fechada na casa de banho, sozinha.
"Grávida. 1 - 2 semanas"
Corri para a cama, acendi a luz, acordei o meu marido, encostei-lhe o teste à cara.
- Olha! Confirma-se!
Ele ainda precisou de um minuto para processar o que se estava a passar e em que mundo estava. Depois sorriu e voltou a dormir.
Continuava com muito menos entusiasmo do que eu antecipava e confesso que me senti bastante sozinha durante os primeiros tempos de gravidez. Então, o caramelo não podia ouvir falar em bebés sem ficar um silêncio constrangedor entre nós, e agora nenhuma reacção decente?
Imagem retirada daqui |
Nos dias seguintes não sabia bem o que fazer. Estava muito entusiasmada e ansiosa.
Havia uma vida a crescer dentro de mim. A natureza no seu esplendor, era absolutamente fascinante. Nunca tinha percebido o quão maravilhoso e belo é este processo. Nunca tinha percebido, a sério, que o meu corpo era capaz de ser tão perfeito, tão fantástico.
Ao mesmo tempo que estava fascinada com a perfeição da natureza e com a maravilha que é ser mulher, estava super ansiosa. Era a maior mudança da minha vida, a mais desconhecida, a mais irreversível. Iria mudar a minha vida radicalmente e não era capaz de visualizar como. Iria dar-me a conhecer uma nova faceta minha, um novo mundo, uma nova vida. Era assustador e fabuloso ao mesmo tempo.
Peguei logo num papel e numa caneta:
Querida sementinha: o mundo deveria parar e saber que aí vens. Todos os telejornais, capas, redes sociais, blogs, canais de youtube e programas de rádio deveriam anunciar "A Sementinha, do tamanho da de uma papoila, está a caminho!". Com toda a pompa e circunstância, com confettis dourados, bolinhas de sabão, cornetas, bandeiras, fontes e repuxos!
Deviam apontar para a minha barriga e dizer "Nem se nota, mas já é enorme! É o fruto do amor, é o segredo da vida, o porquê de estarmos neste mundo, o porquê de existirmos. É a Sementinha!"
Imagem retirada daqui |
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