Mama, sou eu que a dou, por isso são ali 20-45 minutos em que não posso fazer nada. Depois é preciso mudar a fralda. O pai muda, mas eu é que a tenho de pôr e tirar do muda-fraldas. Fica um bocado com o pai e eu aproveito para arrumar "cenas" (há sempre "cenas" para arrumar. Como é que elas aparecem????).
Mas quando começa a chorar, lá vai a mãe ao resgate. Do pai, claro. Quando a Carminho começa a chorar o meu pensamento é: "Está alimentada? Está! Fralda nova? Tem! Pronto, não há nada em que seja imperativo a minha presença, o pai pode tratar". Só que eu sinto, à distância a ansiedade do pai. Ele não pode andar com ela ao colo e fica frustrado. E juro-vos, o que me stressa é ele e não a bebé. Porquê? Porque os bebés choram. Se está alimentada e mudada, se não está doente, é miminho que quer. Claro que preferirá a Mãe, mas miminho é miminho. Se não for da Mãe pode levar mais tempo a fazer efeito, mas lá se chegará. No entanto, o choro dela e a ansiedade do pai, deixam-me em stress e lá interrompo a "cena" que estou a tratar, para acalmar a miúda. Adormece, deito na alcofa. Volto à "cena". 5 minutos depois, lá está a miúda a chorar e o meu stress a crescer, porque já antecipo a ansiedade do pai. As "cenas" ficam todas a meio. Todas!
"Tens de descansar quando ela descansa.", "tens de tratar de ti mesma.". Quando? Como? Felizmente, tenho a minha própria Mãe. Confesso, já fugi de casa com a miúda, para poder descansar. A Avó consegue andar, é uma mais-valia do caraças.
Os dias passam num instante, são todos iguais. Todos neste compasso. E eu a ficar mais cansada. "Só mais um dia até ele poder andar. Só mais um dia".
Ontem fui colocar o implante contraceptivo. Nem pensar que ia confiar na minha cabeça para tomar a pílula de amamentação, revelar-se-ia um desastre de certeza! Se com a outra já era o que era, com esta e depois do parto que foi (e ao tempo que foi), não arrisco de certeza. Bem, fui colocar o implante e "deve evitar fazer esforços com este braço". Pois... Só devia pegar na miúda para a amamentar ou se ela estivesse mesmo em stress. Enquanto estive com a minha Mãe, foi tranquilo. Ela transportava e dava colo à Miminho. Mas, em casa, foi impossível de evitar. Dei-lhe colos, até que o braço começou a doer. Passei-a ao Pai. "Ela está alimentada e com a fralda trocada. Desenvencilhem-se os dois. Eu hoje não posso!". Foi uma choradeira interminável para deitar. Se foi. Perdi a conta ao tempo. Mas o Pai conseguiu. Finalmente, o Pai, mesmo sem andar, conseguiu adormecer a filha.
Mas continuo cansada. Mesmo com ela a dormir 6-7 horas seguidas, mamar, e dormir mais umas 4 horas. Estou sempre a acordar com a preocupação "Precisa de mama? Precisa de arrotar?". Podia ser pior, eu sei. Tão pior. Podia estar sozinha, ela podia ser uma bebé com cólicas. Tantas coisas em que podia ser pior e não é. Parece que o meu corpo sofre pelas duas. Que assim seja! Que assim continue.
Ela ontem levou as vacinas do segundo mês e ouvi o que é o seu choro de dor. É de partir o coração. Vá lá que passou rápido (estar a mamar ajuda), mas é triste. Se pudesse, teria sofrido aquela dor por ela. Aquela e todas as que virão. Mas não posso, nem devo. A vida é assim. Crescer é assim.
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