quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Migrantes

Não percebo qual é a dúvida.
Não compreendo como alguém pode, de consciência, dissociar pessoas de migrantes. Ou, neste caso, migrante de pessoa.
Desde quando é que o ser humano não é um ser migrante?

Será que devo começar a tratar por migrante todos aqueles que se instalaram em cidades onde não nasceram?
As fronteiras serão as nacionais? Culturais? Ou económicas?

São pessoas (pessoas, não "migrantes") que morrem para fugir à guerra. Poucas são as pessoas que gostam de sair da sua terra natal, perguntemos aos milhares de portugueses (neste caso já não são "migrantes"?) porque abandonaram a sua terra. Foi porque lhes apeteceu ou foi porque tiveram de procurar um sítio que lhes proporcionasse uma vida melhor, mais digna?

E não é, apenas, recebê-los de braços abertos. É unirmo-nos e criarmos condições para que possam voltar a casa. Para que não tenham de fugir de casa.

Não, não são migrantes. São pessoas.


03.09.2015

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