quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Máscaras

No meu mural [do facebook] todos são dignos de inveja e todos são invejados. E todos são espiados por amigos de quem não gostam. E todos querem mostrar que são melhores do que os outros. Mais humildes, mais generosos, mais altruístas, mais beneméritos. Todos se querem comparar com todos.
Acabam por tirar os olhos do mais importante: eles mesmos.

Há dias em que estou em baixo, há dias em que estou em altas. Há dias em que estou felicíssima, há dias em que a depressão me sufoca. Achar-me bonita ou feia depende do humor que carrego, tal como me sentir com mais ou menos pesada. Há dias em que não suporto o meu trabalho, outros há em que me sinto esperançosa. Não preciso de títulos, nem de "status".

Como se mede o sucesso profissional? Pelo dinheiro? Pela felicidade? Pelo tempo que nos consome e como o consome? E quem mede esse sucesso? Nós? Os outros? E quais outros? O marido? Os filhos? Os pais? Os amigos? O patrão? O colega? Os estranhos?

Foi, e continua a ser, o meu grande investimento pessoal, não necessitar da validação dos outros.
Não busco a aprovação de terceiros. Não tenho a necessidade de aceitação. Não procuro ouvir o que quero ouvir.
Não quero integrar-me por ser igual aos outros, nem por ser diferente.
Não quero que me invejem, não quero que tenham pena de mim.
Não quero ser como ninguém, não quero que me imitem.
Não quero que esperem de mim, não quero que esperem por mim.
Eu quero ser Eu sem parar para pensar no que querem de mim, no que vêem em mim.

Quando uma pessoa é o que é (quando expõe o que é perante os outros, principalmente o seu lado mais negro, mais egoísta, mais pretensioso, mais "defeituoso"), a recompensa é ser aceite sem que lhe seja pedido algo em troca. E é aí que sente que é aceite, que pertence. Quando não o busca.


Escrito a 09.12.2014

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