quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Filmes de terror

Sempre fui fã de filmes de terror, embora nunca me tenham tirado o sono ou dado pesadelos.


Imagem retirada daqui


O que mais me perturbou foi o "pet sematary", tinha para aí 10 anos quando o vi e quando voltei para casa (uma moradia no campo onde passava férias com os meus avós) tive de verificar se não estava nenhum bebé-zombie com um bisturi, debaixo da cama, para me cortar o calcanhar e rasgar os lábios. Este comportamento ainda durou uns dias, chegando ao ponto de saltar para a cama para evitar que o Gage me atacasse.
Tirando este que me afectou os restantes que vi (e não foram poucos) sempre me aceleraram, mais ou menos, o batimento cardíaco.





Que bebé fofinho (Fonte)
O ar de zangado é delicioso. Eu, que não sou muito dada a crianças, seria uma vítima. De certeza!
Fonte (spoiler alert!)
Fonte


Mas, ultimamente, estes filmes não me andam a assustar minimamente. Pergunto-me se:
- Sou eu que já estou dessensibilizada por ter visto tantos?
- Serão os filmes que estão mais fracos? Sinto que têm muito menos suspense, antecipação, cortam no crescer da tensão e vão directos a uma morte qualquer, fazendo com que o clímax seja mais fraquinho (sim, pode-se fazer a comparação com um acto sexual, força nisso!). Parece que entre ir verificar que barulhos estranhos são aqueles e o morrer-se passam 10 segundo com muita gritaria pelo meio. Já o fim é expectável: ou sobrevive um ou morrem todos. E nunca há telemóveis ou quando há não há rede. Como é que podemos ter medo se já sabemos o que vai acontecer a seguir? O medo é, precisamente, causado pela incerteza do que vai acontecer a seguir; ou
- Será que o que me assusta agora é mesmo a realidade? Ser assassinada por um psicopata seria menos aterrorizador do que a incerteza do meu futuro enquanto ser humano, enquanto mulher, enquanto trabalhadora, enquanto portuguesa, enquanto Lisboeta…



Fonte


Enfim… gostava de filmes de terror e do suspense que tinham. Agora é tudo um bocado "meh, ‘tá giro”.

Por exemplo, ontem fui ao MoteLX ver o 31, do Rob Zombie. Gostei, mas não me aumentou tanto o ritmo cardíaco como aumenta ver os preços das casas em Lisboa. O filme envolvia gente a ser cortada aos pedaços, muita pancada, muito sangue, mas o seu efeito em nada se comparou à taquicardia que tive quando vi um anúncio de uma casa de 60m2 e que custava 280 mil euros, ou quando vi uma casa igualzinha à minha, num prémio gémeo, com uma renda 500€ superior à que pago. Isso sim é assustador, é a incerteza do que vai acontecer a seguir. Será que, eventualmente, acabarei a morar nos subúrbios?



Fonte


Aqui fica o trailer do filme:




E o clip dos Ramones (é melhor do que o trailer):

GuardarGuardarGuardarGuardar