terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Aventuras no México

Uma grande amiga minha partiu com a família para o México, em busca de uma vida melhor, como tantos outros portugueses.
Criou um blog e partilha connosco todas as suas aventuras. Também o podem acompanhar aqui, pelo Facebook, e pelo Instagram.
Deixo-vos a página para o blog. Toca a ir espreitar!
Boas aventuras, miúda!

A Novela Mexicana - A aventura de uma família portuguesa que se mudou para terras mexicanas.




Bom Carnaval!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

As saudades que eu tenho...

... de viajar e experimentar coisas novas.
Neste ano fartei-me de viajar. Uma dessas viagens foi à Transilvânia, viagem esta que fazia parte dos meus planos desde miúda. Parece que os ares do leste e a țuică me fizeram bem, porque nem uma semana depois engravidei.
Este ano tive sorte, muita sorte. Em tudo! Conto-vos no artigo de quinta ;)
Noroc!



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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Desafio - Amor Próprio

Fevereiro é o mês do amor.
Tradicionalmente, celebra-se o amor pelo o outro. Reservam-se mesas em restaurantes, oferecem-se flores e coisas com ou em forma de coração, pedem-se as namoradas em casamento, etc, etc...

E se celebrássemos ou cultivássemos um pouco de amor próprio? Lanço-vos este desafio, que é uma adaptação de outros que vi.

Começo hoje e todos os sábados vou actualizando, o que fiz e como me senti. Alguém me acompanha?





quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

A minha gravidez II: Epifania, obstáculos e decisões

Parte 1: Epifania


Certo dia de Janeiro, estava eu a estender a roupa e fui assolada por um pensamento.
Nunca, mas nunca, me iria sentir preparada para abdicar de mim, para deixar de dormir bem, para tomar em mim a maior responsabilidade que existe neste mundo que é ter um filho. Nunca me sentiria preparada para fazer algo que mudaria de forma tão permanente a minha vida.
Por isso, se queria ter filhos, tinha de ser num ímpeto de "ou vai ou racha".

Acabei de estender a roupa e fui directa à sala.
"Tomei uma decisão. Nunca me sentirei preparada para ter filhos, portanto, tomei uma decisão racional e calculada de que não esperarei por esse momento.". Adivinhando o que aí vinha começou a esboçar uma intenção de sorriso. "Mas atenção, como te disse, eu não tenho filhos sem casar. E não é começar a tentar e eventualmente casar. É casar e só depois começar a fazer por isso. Por isso, quando mais depressa casarmos, mais depressa começamos a tentar."

Nessa mesma semana começámos a preparar o casamento. 8 meses depois estávamos a casar.
E só demorámos tanto tempo, porque quem quis a festa foi ele. Por mim, teria ido ao registo civil, assinava o papel e estava a andar. Mas o homem queria uma festa para os amigos e eu não me importei.

Sim, sou uma pessoa extremamente romântica. Tão romântica quanto uma pedra.



Parte 2: Obstáculos


Assim que começámos a tratar do casamento, começámos a tratar de fazer análises.
Ele não fazia análises há quase uma década e eu tinha uma anemia, pelo que precisávamos de determinar se haveria alguma incompatibilidade, como uma talassémia ou assim.

Não havia incompatibilidade, mas foi-me detectada uma doença auto-imune.
Entrei em choque. Pior do que que morrer, era a possibilidade de ter uma doença que me matasse aos poucos, que me fosse retirando qualidade de vida.
Fiz análises, atrás de análises, nunca nada era conclusivo. Descartavam-se doenças, mas não havia um diagnóstico específico, apenas um "há uma doença auto-imune". Já me queriam mandar para um instituto especializado para ser testada porque a médica dizia que nunca se tinha deparado com valores assim.
Que doença seria? Que consequências teria uma gravidez? E se engravidasse, haveria consequências para o bebé?



Parte 3: Decisões

















Farta de passar meses a ser picada e analisada, sem resultados conclusivos, e sem saber o que me esperava, fiz um balanço:
- Sentia-me bem: isso significava que uma possível doença não estaria assim tão avançada. Portanto, iria fazer a minha vida normal, sem me preocupar. Quando, e se!, acontecesse alguma coisa logo se veria. Ficar à espera de um diagnóstico certo poderia atrasar muito este plano de vida e precisava de ter tempo para o caso de querer ter mais filhos;
- Viabilidade de uma gravidez: com auto-imune ou não, tenho anemia e isso, por si só, já significa que há uma probabilidade de uma gravidez não avançar durante o primeiro trimestre. Se, num cenário normal, já 25% das gravidezes são inviáveis, quanto mais com uma anemia... Se não era a auto-imune, era a anemia, e a anemia não passará nunca.
- Riscos de malfomações: existem sempre e, hoje em dia, há muitas análises e exames que podem fazer para as detectar a tempo e fazer uma interrupção voluntária da gravidez.
- Riscos para a mãe: Uma auto-imune pode fazer com que uma gravidez prejudique, gravemente, a saúde da mãe. "Se isso acontecer, logo se vê. Tudo tem solução".

Não! Não ia continuar a angustiar. Ia-me distrair com a preparação do casamento, ia-me divertir à brava, ia aproveitar a vida e ia seguir com os nossos planos iniciais.

Pensamentos nocturnos de uma bexiga produtiva

Numa destas noites, acordei pela terceira vez para ir à casa de banho e dei por mim a ter o seguinte pensamento
"Raios partam! A miúda nunca mais nasce para eu conseguir ter uma noite descansada!" 😒😒

Errr.... Não. Estas noites são do mais descansado que eu vou ter a longo prazo 😂😂😂


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Um toque pessoal

Um quarto tem de ser uma espécie de santuário. Tem de me transmitir tranquilidade, conforto e vontade de aninhar.

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Hoje foi dia de...

Prova de tolerância à glicose.

Esperava que fosse muito mais chato do que foi. Não é a bebida mais agradável de sempre, mas bebe-se tranquilamente.
O que não foi fixe foi ter de ser picada três vezes. Para mim nunca é fácil fazer análises, sinto-me sempre mal.
Mas pronto, faz parte!


domingo, 19 de fevereiro de 2017

Dia de Cine-Maratona!

Nos meses mais frios e menos solarengos, junto-me com amigos uma vez por mês e passamos a tarde e noite a ver filmes atrás de filmes.
Geralmente tratamo-nos muito bem: cozinham-se umas coisas, compram-se outras e no final não sobra uma migalha.



P.S.: Os bolinhos de limão estavam deliciosos <3 <3 <3



sábado, 18 de fevereiro de 2017

Smartphone Detox - Considerações



Sou viciada em telemóvel! Não há outra forma de o colocar.
Aliás, acho que nem é em telemóvel, é na internet. É em fazer pesquisas, ouvir música, ver vídeos, cuscar os outros nas redes sociais, é mandar postas de pescada em fóruns e até discutir com estranhos sobre "cenas".
O telemóvel, simplesmente, simplifica este acesso. Anda sempre comigo, desde que abro até que fecho os olhos: começa e acaba o dia na mesa de cabeceira, e nos entretanto passa do bolso do roupão para o bolso do casaco ou das calças.
Não sou a maior viciada que para aí existe, quando estou com os meus amigos nem costumo ser a primeira a agarrar-me ao vício, e sou capaz de me esquecer que o telemóvel existe. O problema é quando estou em casa.

Por isso, e como publicado no sábado passado, durante esta semana andei a repetir uma desintoxicação de smartphone, computador e tablet.
A cada dia havia uma nova tarefa que se supõe tornar-se um hábito nas nossas utilizações destes aparelhos.

O meu maior problema é que tendo este blog e redes sociais associadas, como o Facebook, o Instagram ou o Pinterest, era um bocado difícil passar um dia inteiro sem as utilizar, quanto mais dois dias seguidos. Mas como eram os dois últimos dias do desafio, tinha tempo para arranjar solução.



Diz "Segunda-feira"? Pois bem, leiam "dia 1" e comecem quando quiserem.
Eu comecei a um sábado. Toma lá!

- Deixar de seguir pessoas: aqui fiz duas coisas, eliminei amigos do Facebook e deixei de seguir uns quantos. Não eliminei muitos amigos porque sempre tive uma política de só ter no Facebook pessoas que conheço na realidade e com quem já passei algum tempo (podem ser mesmo amigos ou podem ser ex-colegas, por exemplo). As pessoas que deixei de seguir foram pessoas por que passam os requisitos para serem meus amigos no FB, mas cujas publicações não me interessam minimamente (seja lá porque motivo for);
- Acabar com subscrições de e-mail indesejadas: é algo que faço regularmente e é uma tarefa extremamente ingrata. Há mailing lists que arranjam o nosso e-mail sabe-se lá como o que torna este trabalho infinito. Aqui há uns tempos, li um truque para perceber que sites andam a vender os nossos dados: sempre que aderirmos a um novo site/plataforma, usarmos o nome do mesmo como nosso nome do meio ou apelido. Assim, quando recebermos spam já sabemos quem foram os sacanas que venderam os nossos dados;
- Apagar apps não utilizadas: Não tive de mexer um dedo. Foi um hábito que me ficou de quando fiz este desafio pela primeira vez e é algo que às vezes sou obrigada a fazer por ter pouca memória no telemóvel.



- Desligar as notificações push: Foi algo que também mantive, por ter entendido a sua imensa importância para nos livrarmos da dependência destes aparelhos. Dantes, sempre que recebia uma notificação, lá ia eu abrir a app. Agora, olho muito menos para o telemóvel durante o dia. É uma liberdade do caraças e é capaz de ser a tarefa das tarefas mais relevantes desta desintoxicação.



- Não olhar para o telemóvel ao acordar: Bem... esta tem que se lhe diga...
Não tinha despertador programado, mas consegui levantar-me às horas que queria. Confesso que toquei no telemóvel para ver que horas eram. Nada mais do que isso. São 11h30 e só agora abri o computador e redes sociais e só toquei no telemóvel há cerca de meia hora para telefonar para a minha mãe. Basicamente, levantei-me iniciei a minha rotina matinal: tomei o pequeno-almoço, lavei parte da montanha de loiça que estava no lavatório e fui logo tomar banho e arranjar-me.
Esta última parte confesso que só costumo fazer antes de sair de casa, mas agora está na altura de ter uma nova rotina (pelo menos até a bebé nascer). Até agora acordava, ficava na cama durante 1 hora a olhar para o telemóvel e quando a fome apertava e a bebé ponteava lá me levantava para ir tomar o pequeno-almoço. Ligava logo a televisão e até me levantar novamente já tinha passado um bom bocado.
Hoje, em duas horas, fui mais produtiva e já estou muito mais desperta. Bastou ter de não olhar para o telemóvel para ir adiantando a minha vida.

Para quem usa o telemóvel como despertador, acho que se pode a abrir uma excepção "pode-se olhar para o telemóvel para desligar o despertador ou para carregar no snooze". Nada mais do que isto! Nada de aproveitar e ver o que se passou nas redes sociais durante a noite, ou ver se há algum mail, ou tratar da quinta. Nada disto ou qualquer outra coisa. É só para o despertador. Depois é levantar a tratar da nossa vida sem olhar para qualquer aparelho: nem telemóvel, nem tablet, nem computador. E já agora, se conseguirem, sem televisão!



Deixar de olhar para o telemóvel uma hora antes de ir para a cama: Confesso que olhei para o telemóvel: tive de definir o alarme para a manhã seguinte. Foi a única coisa que fiz, juro! De resto, só olhei e toquei para o pôr a carregar (e nem desbloqueei o ecrã). Foi facílimo ficar longe do telemóvel, até por muito mais de uma hora. Ontem houve jogo do Benfica e recebemos um casal amigo cá em casa. Enquanto os homens viam a bola, as meninas estavam numa aula de tricô. Depois, como sou obsessiva, fiquei a tricotar até ser hora de me deitar. 
Ah! Mas ninguém falou em tablets. Pois não, ninguém falou em tablets, mas se quisermos ser honestos com nós próprios, sabemos que não vale televisão na cama, nem usar tablet ou computador durante este período de uma hora.
- Deixar o telemóvel a carregar fora do quarto: Quem diz isto é como quem diz "deixar o telemóvel fora do quarto durante a noite". Foi tranquilíssimo! Estava distraída com os amigos e o tricô, portanto foi mesmo sair da sala, deixar o telemóvel a carregar, e ir directa para a cama. Ficar com o telemóvel fora do quarto facilita a tarefa de não olhar para o telemóvel ao deitar e ao acordar.
Estes dois pequenos gestos ajudaram-me a adormecer muito mais rapidamente, foi quase instantâneo.



- Ir jantar fora e deixar o telemóvel em casa: É isto. Não há grande coisa a dizer. Não custou nada. Enquanto estive em casa não lhe toquei, porque estive entretida com o tricô antes de jantar, e quando voltei para casa voltei para o tricô. Está a ser tranquilo. 
Amanhã é que vai custar. Ainda para mais com uma página do Facebook para actualizar...



- Não postar ou consultar redes sociais: Tive de apagar as apps.
Foi automático, carregar no botãozinho do FB. Mas fui a tempo e consegui fechá-la antes de ver o que quer que seja.
Custou. Principalmente porque agendei uma publicação para este dia, do artigo de quinta, e estava curiosíssima para saber se tinha resultado, se tinha tido alguma visualização apesar de não ter partilhado na minha página pessoal do FB e, se sim, quais as reacções ao artigo.
Foi difícil, também porque foi um dia em que não tive grande coisa para fazer. Mas a casa ficou arrumadinha. Facilitei o trabalho da minha empregada, que veio na manhã seguinte.


- Desligar o telemóvel durante todo o dia: Esta foi impossível de cumprir. Estou grávida e ninguém quer que eu ande incontactável. Normalmente já me chamam maluca por andar a fazer experiências disto e daquilo, e cumpriria escrupulosamente o desafio deste dia, mas nesta altura andar com o telemóvel desligado é inaceitável para os que me rodeiam (principalmente marido e mãe) e eu compreendo e não os quero preocupar. Portanto, o que fiz foi encher-me de força de vontade e deixar o telemóvel perto, só lhe tocando se alguém me ligasse.
Não abri outras apps que não as que permitem que o telemóvel seja isso mesmo: um telefone móvel. Ter um iphone ou um 3310 seria exactamente o mesmo.


Concluindo:
Esta semana não me custou assim tanto cumprir o desafio, com as excepções já explicadas.
Soube-me bem e gostaria de ter cumprido à risca o dia de sexta. Lembro-me como da última vez me fez sentir óptima, livre.
Parece-me um bom desafio antes de se fazer um mais radical, com algumas práticas que, mantidas, melhoram imenso o nosso dia a dia: desligar as notificações push, não olhar para o telemóvel ao acordar e não lhe tocar desde 1 hora antes de ir para a cama, são os gestos que contribuíram imenso para que os meus dias fossem mais proveitosos e o meu sono melhorasse. Só regressaram as notificações push para o Whatsapp, de resto já não tenho nada disso.

Aconselho todos a experimentarem e gostava mesmo de saber como se sentiram.


PS.: Peço desculpa pela terrível ilustração desta publicação, mas ainda não domino esta técnica neste computador. Prometo melhorar hehehe











quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A minha gravidez I: Desencontros e encontros

Parte 1: Quando um quer e o outro não

Eu e o meu marido andámos, durante uns anos, com timings diferentes nesta coisa de querer ter filhos.
Imagem retirada daqui

Primeiro quis eu, para aí aos 27 ou 28 anos, quando a proximidade dos 30 começou a bater e a fazer-me pensar "oh não, tenho um prazo de validade!! E para a fertilidade isto já começa a ficar velho!".
Mas o namorado não queria e eu assenti e calei. Depois quis casar, mas ele não queria. Já morávamos  juntos há uns anos, portanto, na minha cabeça, era o passo natural a dar.
Mas... ele não queria e não havia nada a fazer, não se pode obrigar ninguém.

Passado uns tempos, com os amigos a ter filhos, vem à baila que agora ele já estava preparado para ter filhos.
Azar! Porque tanto compreendi e assenti que me virei para outras coisas na vida. Fiquei esperançosa e expectante pelos 30, que já só me pareciam uma idade fenomenal para ser uma mulher independente, segura de mim mesma, que sabe o que quer na vida.
Decidi que ou deprimia ou seguia o exemplo das mulheres d'O Sexo e a Cidade. E caramba! Como os meus 30 foram fenomenais.

Um dia, quando estávamos mesmo a chegar a casa, chateei-me a sério e decidi que ia tomar as rédeas da minha vida. Eu queria casar, ele sabia e estávamos desconfiados que um amigo nosso ia pedir a namorada, com quem já tinha um filho, em casamento. Para evitar que eu falasse em casamento disparou um "mas para eles faz sentido que se casem!".
Fiquei furiosa! Mandei-o parar, saí do carro e fui dar uma volta, à noite e à chuva. Desliguei o telemóvel para que ele não me chateasse e fiquei para aí uma hora e meia a acalmar-me e a pensar na vida. A delinear o que eu queria para mim, quais as minhas prioridades, em que é que conseguia ceder e em que é que não o faria.




Quando regressei disse tudo o que tinha a dizer.
Não compreendia como é que ele se dizia preparado para ter filhos, mas se recusava determinantemente a casar.
Um casamento é algo que se desfaz, que pode acabar. Em que duas pessoas podem decidir que não querem mais, até se podem odiar, e a ligação pode acabar e nunca mais falarem um com o outro.
Mas um filho não! Aconteça o que acontecer entre o casal, um filho é uma ligação que fica para SEMPRE. Mesmo que se odeiem, têm que comunicar para bem da criança. Mesmo que desejem a morte um do outro, a criança tem os genes dos dois. Não há volta a dar, mesmo que aconteça uma tragédia, estão unidos para sempre. Como é que se pode ter tanto medo de um casamento e não de ter filhos?

Disse-lhe, explicando os meus motivos, que nunca teria filhos sem casar primeiro, mas que essa questão também já não se colocava, porque eu agora já não queria ter filhos e ele não queria casar.
"Portanto", assegurei, "não te preocupes com casamento. Porque eu também já não quero casar. Não quero casar com alguém que não o quer fazer. Não quero casar com alguém que só casará, a fazer um frete, para me fazer a vontade. Quero casar com alguém que, como eu, compreenda que o casamento formal não é uma questão romântica, mas sim uma questão legal de protecção para as duas pessoas. Romantismo já nós temos: já moramos juntos, já nos deitamos juntos, trocamos afectos e essas coisas todas. Mas se acontece alguma coisa a algum de nós, a nossa relação vale tanto como se fosse com um amigo ou até um desconhecido. Portanto, não queres casar, tudo bem. Eu não quero casar contigo. E para mim, como já só faço questão de casar se for para ter filhos e como não os quero agora, já não há mais nada a falar. São temas encerrados e tabu por agora: filhos e casamento".

Rematei com "E estou farta de viver aqui nos subúrbios!", morávamos em Miraflores, "Não se passa nada. Não é estimulante, não tem vida. Até a porcaria do centro comercial fecha às 22h00 e depois disso não há um sítio onde ir beber café sem termos de nos mexer de carro".
"Eu vou para Lisboa. Está decidido! Agora, decide se vens ou não comigo."

Imagem retirada daqui


Parte 2: Lisboa é linda!

3 meses mais tarde estávamos a tratar das mudanças para um prédio onde eu sempre quis morar, desde os meus 16 anos.
Sabem quando somos miúdos e passamos frequentemente por "aquela casa"? E ficamos a espreitar para ver quem é que lá mora? E sonhamos como será por dentro, porque só pode ser perfeita?
Tive essa sorte. E tive ainda mais sorte de ele ter vindo comigo e de, rapidamente, se ter habituado ao sítio, quando tantos nos diziam que ele ia detestar viver no meio do caos e da confusão do centro da cidade.
Uns meses depois fiz os 30 e estava felicíssima! Desde que tinha mudado de casa tinha mais energia, vontade de sair, de conhecer, de explorar! Ao chegar a casa, depois de um dia de trabalho, vinha sempre com um sorriso nos lábios e a pensar "Uau! Eu moro mesmo aqui... Consegui!"
Comecei a organizar passeios por Lisboa para ir com os amigos, cine-maratonas... Quis ir a todo o lado, aceitar todos os convites, conhecer todas as pessoas.




Era mesmo isto que precisava e não de filhos que me fizessem abdicar de mim, do meu sono, dos meus sonhos, das minhas viagens, do meu crescimento pessoal. Da minha liberdade de fazer o que quero, quando quero, sem ter de me preocupar com alguém que seria tão dependente de mim. Não queria essa responsabilidade.
Assim que me sentisse preparada para abdicar de mim, teria filhos.

E durante uns tempos lá andámos. Assim: sem falar de casamentos e filhos. Felicíssima me encontrar, por encontrar Lisboa, e sempre recusando estes temas tabu.