sexta-feira, 10 de abril de 2020

Viver em Recolhimento - Guia para Pais (praticável)


Desde meados de Março que a maioria de nós se encontra a viver numa situação de recolhimento domiciliário (ou isolamento, como lhe preferirem chamar).
Tem sido, para muitos, uma época de grande stress, de medos, de ansiedade, alimentados pelas incertezas do futuro. Não só o futuro em relação à nossa saúde, mas também em relação às nossas redes de suporte sociais e em relação à estabilidade profissional.

Como já percebemos, este cenário está para durar. É uma situação temporária, mas um temporário longo. Já falei aqui no blogue de como nos podemos tranquilizar em relação à informação com que somos constantemente bombardeados e do que consiste a vida em estado de emergência.
Tenho andado a ler a documentação que a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) e a Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicam e, até hoje, sempre os tenho considerado bastante bem elaborados, úteis e esclarecedores. No entanto, hoje decidi debruçar-me num documento de apoio às famílias, elaborado por estas duas entidades, intitulado "Famílias em isolamento durante a pandemia - kit de sobrevivência para pais". O documento é bom, mas vem acompanhado de dois calendários de actividades (um para crianças até aos 5 anos e outro para crianças até aos 14 anos). Sobre a dos 14 anos não me posso referir, pela falta de prática, mas a de até aos 5 anos deixarou-me frustrada. Porquê? Porque é impraticável, muito menos numa altura como aquela em que vivemos. E passo a explicar porquê.

A par das preocupações que já referi, muitas famílias deparam-se com a preocupação sobre o desenvolvimento dos filhos. Os nossos filhos estão em casa e tornámos-nos nos seus educadores formais, mesmo não tendo as habilitações necessárias. Não foi uma situação que escolhemos, mas uma situação que adveio da necessidade de gerir a pandemia.
De repente, todos somos pais a tempo inteiro. Não só pais a tempo inteiro, mas ao mesmo tempo, trabalhadores a tempo inteiro (e muitos não estão em teletrabalho).

A calendarização proposta pela OPP e pela DGS para crianças até aos 5 anos, não foi elaboradas por quem saiba o que é viver nestes termos. É impossível. A sensação que me dá é que pegaram num manual direcionado para educadores/professores e o adaptaram para os pais. Abri aquele documento cheia de expectativas positivas e caiu-me tudo.
É uma calendarização que começa às 07h15 e vai até às 20h30. Com 4 actividades estruturadas por dia. Não foi tida em consideração a necessidade de se arrumar a casa (algo que ocupa bastante tempo do nosso dia, mais ainda quando estamos permanentemente em casa), nem o tempo que é necessário para pensar, preparar e confeccionar refeições equilibradas. Menos ainda foi considerado que os pais não estão de férias, mas em casa, em teletrabalho.

Como quem me segue há mais tempo sabe, vivi, mais de dois anos, como mãe a tempo inteiro. Aquela calendarização parece feita por quem acha que ser pai a tempo inteiro é estar "alapado" no sofá a comer bombons enquanto os filhos andam por ali em auto-gestão e têm o auto-controlo de um adulto.
Bastou-me ler aquilo na diagonal para perceber que é um documento que não trará tranquilidade à maioria dos pais. Antes pelo contrário, contribuirá para o aumento do stress e frustração, e sensação de falha no seu papel. Não é justo, muito menos desejável.

Numa época como aquela que vivemos é fundamental protegermos a nossa saúde mental e, para isso, temos de fazer escolhas e facilitar a nossa vida, não dificultá-la, não adicionar mais preocupações ou stressPosto isto, aquela calendarização (e respectivo caderno de actividades) é um bom guia, mas não para ser seguido escrupulosamente.

Vou-vos dizer o que é mais importante nesta calendarização: manter as rotinas essenciais para o dia a dia e manter o brincar.

Manter as horas de acordar, de fazer as refeições, da sesta/descanso e do descansar. As rotinas são muito importantes para o nosso bem-estar, principalmente para as crianças. Elas buscam o previsível e estabilidade no seu quotidiano - é o que lhes dá tranquilidade, saberem o que vem a seguir. Aos fins de semana podemos ser um bocadinho mais relaxados nos horário, podem dormir mais um bocadinho, sair do pijama ou ir para a cama um pouco mais tarde. Até é bom para que haja uma distinção entre a semana e o fim de semana. Cuidado para não alterarem muito as horas, porque a imprevisibilidade, fome e cansaço costumam ser fonte de birras.
Se ainda não o fizeram ou não vos foi enviado, peçam à creche/JI/o que for, os horários dos pequenos e tentam mantê-lo. Os miúdos já estarão habituados a fazer as coisas nessas horas.

Actividades... Bem, o documento de que vos falei tem temas muito importantes para serem trabalhados, mas vou ser muito honesta: em vez de fazerem quatro actividades estruturadas por dia, comecem por uma e vão adaptando às vossas capacidades/tempo. Não se esqueçam é de variar a área temática. É importante trabalhar estas áreas do desenvolvimento, mas que este trabalho não vos comprometa o bem-estar mental e familiar.
De resto, estimulem a brincadeira das crianças. E brincar pode ter muitas formas: pode ser deixa-los sozinhos com os seus próprios brinquedos, pode ser ajudarem-vos a cozinhar ou a arrumar, a cuidarem  dos animais domésticos (por aqui a Carminho ajuda a dar comida às gatas e a limpar a caixa de areia, por exemplo). E também brincar com eles em algo que queiram, claro.
Metam música e deixem-nos dançar. E sim, podem pôr a música na televisão ou no computador. E podem deixá-los ver um pouco mais de televisão do que o desejável. Se ligar a televisão ou o computador é a única forma de conseguirem trabalhar uns bons minutos seguidos: que seja! Vivemos uma época excepcional que exige medidas excepcionais.

Temos de nos poupar. Somos os pais dos nossos filhos. Continuamos a ter de trabalhar, arrumar, cozinhar, lavar. Mais ainda agora que estamos todo o dia em casa.


Deixo-vos aqui os links dos documentos de que vos falei.
- "Famílias em isolamento durante a pandemia - kit de sobrevivência para pais" (link)
- "Calendário de actividades OPP/DGS até aos 5 anos" (link)
- "Calendário de actividades OPP/DGS até aos 14 anos" (link)
- "Sugestões de actividades para as famílias em isolamento com crianças" (link)


Também vos vou deixar aqui uns posters feitos pela OMS, com dicas de parentalidade, para quem perceber inglês. Parecem-me positivos e simples.

Fonte e ver maior
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sexta-feira, 3 de abril de 2020

Renovação do Estado de Emergência


Actualmente estamos a viver uma pandemia. A 18 de Março foi decretado o estado de emergência em Portugal, cujas medidas visam a prevenção da transmissão do vírus covil-19.
Cada estado de emergência tem a validade máxima de 15 dias e pode ser renovado, caso as autoridades nacionais considerem que este estado ainda é necessário. É o caso.
Desde as 00h00 de hoje, 03 de Abril de 2020, foi renovado o estado de emergência, com algumas alterações ao decreto anterior e com medidas ligeiramente mais restritivas. Ênfase no ligeiras. Infelizmente, porque ainda não ultrapassámos esta epidemia. Felizmente, pois significa que estamos a saber comportar-nos e fazer a nossa parte para a resolução deste problema.

No artigo anterior, que podem ler AQUI, expliquei-vos, de um modo sucinto e generalizado como é viver em estado de emergência ou o que podemos ou não fazer, consoante a nossa situação. Uma vez que o estado de emergência foi renovado e contém algumas alterações, venho aqui fazer a actualização.

Vou começar por continuar a apelar à tranquilidade e a que, em caso de dúvida, consultem informação de fontes credíveis, nomeadamente em sites de entidades competentes, como por exemplo, o site da Direcção-Geral da Saúde, da Organização Mundial da Saúde ou da República Portuguesa. Podem consultar a lista de endereços no final do artigo.
Também vos peço ponderação no uso das redes sociais, mais especificamente no que diz respeito à divulgação de informação (ver gráfico abaixo) e ao achincalhamento público de outras pessoas. Se virem uma informação que vos parece ser interessante e útil de partilhar verifiquem a sua validade, consultando a informação disponível nos sites das entidades competentes, e ponderem se essa informação poderá ajudar ou se acentuará o pânico. Do mesmo modo, se virem alguém que vos parece estar em incumprimento do decreto do estado de emergência, contactem as autoridades (PSP ou GNR) em vez de fotografarem ou filmarem para colocar nas redes sociais.

Fonte (carregar aqui para ver maior)

Em que consiste o Estado de Emergência

O Governo considera que os contactos entre pessoas e as suas deslocações devem ser restringidos o mais possível, uma vez que são um forte meio de contágio e de propagação do vírus COVID-19. Assim, torna-se indispensável "a aplicação de medidas extraordinárias e de carácter urgente de restrição de direitos e liberdades, em especial no que respeita aos direitos de circulação e às liberdades económicas (...)".

O Decreto de estado de emergência incide, entre outras coisas, a matéria da circulação na via pública . É sobre esta que o meu artigo se debruça, pois é a que tenho visto suscitar mais dúvidas e exaltações entre pessoas - nomeadamente, se as pessoas podem ir passear ou fazer exercício fora de casa. A maioria pode, embora com limites. O parágrafo no novo decreto é praticamente igual ao do anterior, no anterior explicavam que a permissão de circulação para efeitos de exercício físico serve para "(...) mitigar os impactos que a permanência constante no domicílio pode ter no ser humano".

Os cidadãos continuam a viver sob três regimes: confinamento obrigatório, dever especial de protecção e dever geral de recolhimento.
O que escrevo é praticamente cópia do que escrevi no artigo anterior, com a adição das alterações.
Dou também ênfase ao artigo que limita a circulação no período da Páscoa.


Confinamento Obrigatório
Passa a viver em confinamento obrigatório, as pessoas que se encontrarem doentes ou aquelas cujas autoridades ou profissionais de saúde tenham determinado vigilância activa (pessoas que tiveram contactos com alto risco de exposição).
No actual decreto, este confinamento para além de locais em estabelecimento de saúde ou no próprio domicilio, adiciona "outro local definido pelas autoridades de saúde".

Dever Especial de Protecção

Estão nesta situação os maiores de 70 anos e as pessoas consideradas de risco (imunodeprimidos e portadores de doença crónica - hipertensos, doentes cardiovasculares, portadores de doença respiratória crónica e doentes oncológicos).
Podem sair de casa para, entre outros,
- adquirir bens e serviços;
- obtenção de cuidados de saúde;
- ir aos correios, bancos e agências de seguros;
- deslocações curtas para actividade física (proibido o exercício de actividade colectiva);
- deslocações curtas para passear os animais de companhia;

As pessoas consideradas de risco podem, se não tiverem em situação de baixa médica, deslocar-se para exercício de actividade profissional.

É adicionado que as restrições à circulação das pessoas abrangidas por este decreto não se aplica, no exercício de funções, "aos profissionais de saúde e outros trabalhadores de instituições de saúde e de apoio social", "agentes de protecção civil", "forças e serviços de segurança, militares e pessoal civil das Forças Armadas e inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica". Esta excepção já se aplicava, no decreto anterior, "aos titulares de cargos políticos, magistrados e líderes dos parceiros sociais".

Dever Geral de Recolhimento Domiciliário

A restante população pode deslocar-se para, entre outros
- adquirir de bens e serviços;
- trabalhar;
- procurar trabalho ou responder a oferta de trabalho;
- obter cuidados de saúde, transportar quem deles necessite ou doar sangue;
- Assistir pessoas vulneráveis, com deficiência, filhos, progenitores, idosos ou dependentes;
- para ir para estabelecimentos escolares (lembram-se que há crianças que, pelas actividades dos pais continuam a ir à escola?);
- deslocações de curta duração para efeitos de fruição de momentos ao ar livre;
- deslocações de curta duração para efeitos de actividade física (proibido o exercício de actividade colectiva);
- deslocações para voluntariado social;
- cumprimento de partilha de responsabilidades  parentais;
- deslocações aos correios, bancos e seguradoras;
- passear os animais de companhia e alimentação de animais (e levar os animais ao veterinário);
- regressar ao domicílio pessoal.
- e várias mais.
Os veículos podem circular na via pública para realizar as actividades mencionadas ou para ir a bombas de gasolina.
E, muito importante, em todas as deslocações efectuadas devem ser respeitadas as recomendações e ordens determinadas pelas autoridades (de saúde e de segurança), designadamente as respeitantes às distâncias a observar entre as pessoas.

Limitação à Circulação no Período da Páscoa
Não poderemos sair do nosso concelho habitual de residência entre as 00h00 de 09 de Abril e as 24h00 do dia 13 de Abril, excepto por questões de saúde ou por "motivos de urgência imperiosa".
Esta restrição não se aplica às excepções abordadas para as pessoas em dever especial de protecção (desde que no exercício de funções), nem aos profissionais de actividades permitidas pelo actual decreto.
Durante este período, os profissionais anteriormente referidos, devem andar com uma declaração da entidade patronal que prove que se encontram em trabalho.
Há concelhos em que, pela geografia, esta restrição não se aplica - os conselhos em que existe descontinuidade territorial.
Durante este período também "não serão permitidos voos comerciais de passageiros de e para aeroportos nacionais" com excepção de "aterragens de emergência, voos humanitários ou efeitos de repatriamento".

Resumindo e concluindo
As recomendações e directrizes continuam a ser para que não saiamos de casa, a não ser para o necessário para a nossa sobrevivência e bem-estar físico e mental.
Continuam a ser recomendados breves saídas de casa - quer para o chamado passeio higiénico, quer para a prática de exercício físico.
Claro que não é para todos os dias irmos ao supermercado, a seguir ao banco, depois ir dar uma corridinha, mas podemos organizarmo-nos, no nosso novo dia a dia, de modo a que consigamos fazer as coisas com o menor risco possível. A OMS, por exemplo, recomenda 30 minutos de exercício físico diário para adultos e 1 hora para crianças.
Continuamos com muitas mais semanas de distanciamento social e, provavelmente, estado de emergência. Vamos evitar comprometer mais o nosso bem estar mental.

E não se esqueçam das boas práticas alimentares (com uma dieta equilibrada e com produtos frescos) e boas práticas de higiene (lavar as mãos, lavar as mãos, lavar as mãos).
Por enquanto, quer a OMS, quer a DGS, continuam a não recomendar o uso generalizado de máscaras uma vez que o seu mau uso pode significar um maior risco do que o não usar. A recomendação continua, até ao momento em que escrevo isto, a ser para determinados profissionais (com os de saúde), para populações de risco, para quem apresente sintomas e/ou para quem cuida de pacientes infectados.



Sites úteis

(carregar no nome, para abrir a página)
Direcção-Geral da Saúde (secção sobre o COVID-19)
Organização Mundial da Saúde (sobre o COVID-19)

República Portuguesa
Decreto da prorrogação do estado de emergência
Worldometers (site interessante, em inglês, para consultar as estatísticas mundiais que dizem respeito ao covid: número de infectados, de curados, sintomas, etc)


E, já sabem: respirar, acalmar, filtrar e empatizar.
Vai tudo ficar bem.
Fonte: Pinterest

segunda-feira, 30 de março de 2020

A Procura da Tranquilidade - Como viver em Estado de Emergência





No artigo anterior deixei-vos indicações da Organização Mundial da Saúde e da Direcção-Geral da Saúde sobre sintomas, medidas de protecção, máscaras e luvas, etc. 
Também vos deixei artigos e links interessantes, fidedignos e isentos, para poderem consultar se quiserem saber a evolução da pandemia, sem ficarem ansiosos com a carga sensacionalista que existe nos é impingida pelos telejornais, jornais e redes sociais. 

Entretanto, e durante o fim de semana, as redes sociais encheram-se de insultos e publicações acríticas exigindo a cabeça dos automobilistas que tentavam atravessar a Ponte 25 de Abril e chegar à margem sul. "Criminosos", diziam alguns, "essa gente não quer saber da pandemia e quer ir dar um passeio à praia!" - esta, claro, é uma versão soft das palavras que pulularam. Surpresa das surpresas! Então não é que, afinal, a grande maioria dos automobilistas estavam em cumprimento das directrizes do Estado de Emergência? Não é que, afinal, as filas de trânsito eram provocadas pelo corte feito pelas autoridades para fazerem a operação STOP? Não é que, afinal e para não variar, fomos impulsivos na análise de uma situação?
Temos, então, uma oportunidade para, em vez de nos indignarmos por cada pessoa que vemos na rua, pensarmos que essa pessoa provavelmente, tal como nós, está a cumprir a sua parte e a ser consciente? Fiquemos felizes por até vivermos numa sociedade em que, pelo menos em tempo de pandemia, somos realmente solidários, responsáveis e com sentido comunitário.
Além do mais, com os inconscientes e inconsequentes, não é a insultá-los que chegamos a eles. É com diálogo e educação. É fazê-los pensar que fazem parte de um todo, que podem ficar doentes e transmitir o vírus a alguém de quem gostam. Portanto, se virem alguém que não está a cumprir e quiserem chamar a polícia, façam-no, mas abstenham-se de filmar as pessoas para as achincalhar nas redes sociais.


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Estou a pensar quantidade de gente que vi ontem por aqui a reagir aos automobilistas que tentavam atravessar a ponte. Fiquei algo desapontada. A maioria que vi era acrítica, imponderada e insultuosa. Acontece que a maioria (arrisco, a grande maioria) está a cumprir com as regras do estado de emergência e com as directrizes das entidades de saúde competentes. E acontece que esta mesma maioria está com medo. Estamos todos. O presente incerto, o futuro também. Passamos a maior parte do tempo fechados em casa, alguns passam o tempo TODO em casa. Fechados há dias e a única janela para o mundo exterior são a televisão e as redes sociais. A maioria das pessoas está a cumprir com o pedido de distanciamento social, com o estado de emergência. Respirem, acalmem-se e pensem no que pode causar certos movimentos. O trânsito ontem, na ponte, foi causado pela operação STOP que foi feita. Há muitas pessoas que trabalham na margem norte e moram na margem sul. O estado de emergência também permite que se vá prestar auxílio a familiares que estão isolados. Segundo a agente responsável, a maioria das pessoas estava em cumprimento. Ou seja, a fila não era provocada por quem queria ir passear para a costa. E parem de contar e criticar as pessoas que vêem na rua a fazer a sua vida possível. Ainda há muitas pessoas que trabalham o dia inteiro e que aproveitam o fim de semana para fazer as suas compras. É absolutamente normal e expectável que continue a haver mais gente na rua ao fim de semana. Porque é que assumem logo que, tal como vocês, aquelas pessoas não estão a fazer a sua parte? Só vocês é que são o exemplo, o resto é tudo “imbecil”, “energúmeno”, “acéfalo”, e tudo o mais que li por aí? Sim, há quem seja inconsciente ou inconsequente, mas não são a regra. Não são. E sim, é para educar, não é para prender ou bater, como também já vi pedirem. A PSP é, e bem, um agente activo na educação e informação dos cidadãos. O que é mais importante do que reprimir e agredir. Mais do que nunca, calma e empatia precisam-se. #cidadania #parentalidade #media #comunicação #pandemia #coronavírus #covid19 #empatia #psp #dgs
Uma publicação partilhada por Menina (@ameninadajoaoxxi) a

Em que consiste o Estado de Emergência

Mas... Mas... Antes até de se chamar a polícia ou exigir um carrasco para os meliantes (não podia deixar fugir a oportunidade de escrever esta palavra), convém sabermos o que se pode ou não fazer durante o actual estado de emergência.

O actual estado de emergência foi decretado a 18 de Março, aprovado a 19 e entrou em vigor a 22 de Março. Termina a 02 de Abril, mas poderá ser renovada (que deverá vir a acontecer).
Basicamente, este estado de emergência tem como objectivo limitar as nossas deslocações e, consequentes, interacções, de modo a prevenir a transmissão do covid-19. Refere o decreto "(...) os contactos entre pessoas, que constituem forte veículo de contágio e de propagação do vírus, devem manter-se no nível mínimo indispensável" e "(...) a redução do contacto entre pessoas e bens ou estruturas físicas deve ser acautelada e reduzida tanto quanto possível".. Assim, de um modo geral, todas as actividades que não são consideradas necessárias para o funcionamento do país e para a saúde individual ficam ou em regime de teletrabalho ou suspensas.
Uma das grandes "polémicas" do covid (e a mais frequente das minhas discussões) tem sido a deslocação de pessoas na via pública. No presente estado de emergência, há uma clara preocupação com a saúde física e mental provocada pela situação reclusão (ainda que voluntária). O decreto é claro " Fica também prevista (...) uma permissão de circulação para efeitos, por exemplo, de exercício físico, por forma a mitigar os impactos que a permanência constante no domicílio pode ter no ser humano.

O Decreto é demasiado extenso para o colocar aqui na sua totalidade e, tal como no artigo anterior, vou colocar apenas aqui o que interessa saber sobre como vivemos, ou como podemos viver, a nossa nova vida quotidiana.
Existem três novas formas de vida: Confinamento obrigatório, dever especial de protecção e dever geral de recolhimento domiciliário (artigos 3.º a 5.º, da página 2).

Confinamento Obrigatório

Passa a viver em confinamento obrigatório (em estabelecimento de saúde ou no próprio domicilio, dependerá do estado de saúde), as pessoas que se encontrarem doentes ou aquelas cujas autoridades ou profissionais de saúde tenham determinado vigilância activa (pessoas que tiveram contactos com alto risco de exposição)

Dever Especial de Protecção

Estão nesta situação os maiores de 70 anos e as pessoas consideradas de risco (imunodeprimidos e portadores de doença crónica - hipertensos, doentes cardiovasculares, portadores de doença respiratória crónica e doentes oncológicos).
Podem sair de casa para, entre outros,
- adquirir bens e serviços;
- obtenção de cuidados de saúde;
- ir aos correios, bancos e agências de seguros;
- deslocações curtas para actividade física (proibido o exercício de actividade colectiva);
- deslocações curtas para passear os animais de companhia;
As pessoas consideradas de risco podem, se não tiverem em situação de baixa médica, deslocar-se para exercício de actividade profissional.

Dever Geral de Recolhimento Domiciliário

A restante população (que não a anterior) pode deslocar-se para, entre outros,
- adquirir de bens e serviços;
- trabalhar;
- procurar trabalho ou responder a oferta de trabalho;
- obter cuidados de saúde, transportar quem deles necessite ou doar sangue;
- Assistir pessoas vulneráveis, com deficiência, filhos, progenitores, idosos ou dependentes;
- para ir para estabelecimentos escolares (lembram-se que há crianças que, pelas actividades dos pais continuam a ir à escola?);
- deslocações de curta duração para efeitos de fruição de momentos ao ar livre;
- deslocações de curta duração para efeitos de actividade física (proibido o exercício de actividade colectiva);
- deslocações para voluntariado social;
- cumprimento de partilha de responsabilidades  parentais;
- deslocações aos correios, bancos e seguradoras;
- passear os animais de companhia e alimentação de animais (e levar os animais ao veterinário);
- regressar ao domicílio pessoal.
- e várias mais.
Os veículos podem circular na via pública para realizar as actividades mencionadas ou para ir a bombas de gasolina.
E, muito importante, em todas as deslocações efectuadas devem ser respeitadas as recomendações e ordens determinadas pelas autoridades (de saúde e de segurança), designadamente as respeitantes às distâncias a observar entre as pessoas.
Reparem que, no início, escrevi "entre outros". Significa que há mais situações em que as pessoas se podem deslocar. Portanto, quando tiverem o impulso de ir à janela apontar dedos, acalmem-se e olhem para esta lista.

Resumindo e concluindo

Evitem sair de casa, sim. É para sair o menos possível. Mas evitem, também, ficar SEMPRE em casa, pela vossa saúde física e mental. A OMS recomenda 30 minutos de exercício físico diário para adultos e 1 hora para crianças. Esperam-nos muitas mais semanas de distanciamento social e, provavelmente, estado de emergência. Já temos de estar fisicamente longe dos outros, vamos evitar comprometer mais o nosso bem estar mental (e da nossa família) ao ficarmos de quarentena se não houver recomendação para isso por parte das autoridades (de saúde ou governamentais).
Não é preciso ir ao supermercado ou ao banco ou aos correios todos os dias. De cada vez que vão estão a colocar-se em risco (e aos outros). São situações que não podem concretizar sem estarem perto de outras pessoas ou sem tocarem em sítios onde outros tocaram.
A DGS e a OMS recomendam que tenhamos uma boa alimentação, portanto optem por ir ao supermercado semanalmente ou com a menor frequência possível. Se puderem, optem por compras online (se conseguirem, que aquilo está difícil) ou requisitem os serviços que algumas juntas de freguesia estão a facultar par algumas situações.
Podem ir fazer o tal passeio higiénico recomendado pelo Primeiro-Ministro, mas sozinhos ou com quem partilham a vossa casa. Não é para ir correr com o vizinho ou com o amigo ou com o familiar que mora noutra casa. Escolham sítios isolados, com pouca gente. Ou optem pela clássica "volta ao quarteirão".

É importante nunca esquecer: comportamentos de segurança de higiene.
Quando tenho de sair de casa, só toco mesmo no que tiver de ser e só com uma mão: na porta, interruptores, código de acesso, tampa do ecoponto. Nunca toco na cara e levo na outra mão álcool gel para desinfectar as mãos logo a seguir. Não uso o casaco para proteger aos mãos, nem o rabo ou pernas para empurrar. É mais fácil e imediato desinfectar as mãos.
Por exemplo, num trajecto de casa ao carro: levo o desinfectante na mão esquerda, a mão esquerda é para acender a luz da escada (se for preciso), abrir e fechar a porta da rua, abrir a porta do carro. E pimbas! Logo a seguir álcool-gel. No regresso, a mesma coisa, mas assim que entro em casa tiro os sapatos, lavo as mãos e mudo de roupa. Se algum de nós tiver ido ao supermercado ou a um sítio onde passe muita gente, lavo o chão da entrada a seguir.


Deixo-vos aqui a Declaração do Estado de Emergência, para que o consultem e se informem e saibam o que podem fazer e como o devem fazer.
E não se esqueçam: respirar, acalmar, filtrar e empatizar! Só assim isto se torna mais suportável.
Vai ficar tudo bem.
Fonte

sábado, 28 de março de 2020

A Loucura do Medo e a Procura da Tranquilidade - Parte II


A minha segunda e mais recentemente estratégia adoptada para manter a sanidade mental e tranquilidade?
Filtrar! Filtrar! Filtrar!

Há cerca de duas semanas passava o dia com a televisão ligada em canais noticiosos, a querer ver os directos da Directora da DGS e da Ministra da Saúde e do Primeiro-Ministro. A querer ver os números. O que se passa em Itália, o que se passa em Espanha. E no Reino Unido. E nos Estados Unidos. E na China. E África? Já chegou a África? E, ao mesmo tempo, de telemóvel na mão a ver o meu feed e grupos no Facebook, a receber mensagens em grupos do WhatsApp.

E tanta, mas tanta, informação que me sentia cada vez mais confusa e baralhada. E paranóica.
Usa máscara! Não uses máscara! Os chineses usam máscaras! Mas usam máscaras pela poluição e sempre usaram!
Usa luvas! Não uses luvas! Luvas protegem! Luvas dão falsa sensação de segurança!
Não ponhas um pezinho na rua! Podes ir à rua! Só podes ir à rua para passear o cão! Podes dar um pequeno passeio! Olha para aqueles caixões todos em Itália, são de gente que saiu à rua!
Lava as mãos. Usa álcool gel. Faz uma mistura de água com lixívia que é o que usam em laboratório! Detergentes normais chegam!
Chegaram-me informações sobre como o vinagre era melhor do que o álcool ou que os casais se deviam abster de relações sexuais. Estas, para mim, foram claramente mentira e sem qualquer sentido, mas outras havia em que dava por mim a seguir os meus "achismos". Ora, "achismo" vale zero.

Quando vi uma imagem alarmista que dizia que a OMS tinha dito que o vírus se propagava pelo ar e que tínhamos de andar de máscara sempre e quando dei por mim a comprar lixívia para desinfectar tudo quanto era saco e produto que entrasse nesta casa, percebi que estava me estava a deixar ir numa espiral de paranóia. Lembrei-me, então, que no início disto tudo tinha lido algures a seguinte recomendação:

Não passes o dia a receber informação. Dedica um momento do teu dia a isso e escolhe apenas informação de fontes credíveis e fiáveis.

Dito e feito! Deixei de ver os telejornais, desliguei notificações de grupos de whatsapp e passei a ir informar-me junto de entidades científicas e de confiança.
Não sou um supra-sumo científico dotado de conhecimento que me permita identificar todas as características deste vírus e todos os porquês de fazer assim ou assado em relação às luvas, máscaras e o raio que o parta.
Decidi que, a partir de agora, me iria informar apenas junto de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), Direcção-Geral da Saúde (DGS), a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP - que é a minha Ordem) ou o site www.wordometers.info para seguir as suas indicações o mais escrupulosamente possível e retirar informação.

Tal como disse Graça Freitas, a Directora da DGS, estas recomendações e informações são feitas com base na evidência científica que se tem à data. As coisas podem mudar de um dia para o outro.

É muito importante que tenhamos todos a noção de que este vírus é novo, logo, a comunidade científica (que é aquela que devemos ouvir) não tem todos os conhecimentos e a informação vai sendo actualizada com o passar do tempo e com o evoluir da situação e dos estudos sobre o vírus.
Só vou abordar as recomendações para a população geral, não para profissionais de saúde ou agentes de autoridade ou qualquer profissão que exija proximidade com pessoas ou material delicado. Isto é uma espécie de resumo, no final vou colocar os links para os sites para poderem consultar mais detalhadamente e se manterem a par. 

De acordo com a OMS, o vírus é transmitido entre pessoas através de contacto próximo e pelas gotas que expelimos pelo nariz e boca. As pessoas que estão em maior risco são as que estão em contacto próximo ou que cuidam de pacientes com covid-19.


Sintomas
Segundo a DGS, a maioria das pessoas apresenta sintomas ligeiros: febre superior a 37,5º, tosse e dificuldades respiratórias (falta de ar). Em casos mais graves pode causar pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte. Contudo a maioria dos casos recupera sem sequelas.
A OMS refere que os sintomas mais comuns são a febre, cansaço e tosse seca. Alguns pacientes podem dores dores, congestão nasal, "pingo", dores de garganta ou diarreia. Estes sintomas costumam ser ligeiros e começam gradualmente. Algumas pessoas ficam infectadas, mas não desenvolvem sintomas nem se sentem mal. A maioria das pessoas (cerca de 80%) recuperam sem necessidade de tratamento especial. Cerca de 1 em cada 6 infectados ficam gravemente doentes e desenvolvem dificuldades respiratórias. Os mais velhos e pessoas com doenças prévias (como hipertensão, problemas cardíacos ou diabetes) têm maior probabilidade de desenvolver uma doença grave. Procurar apoio médico se se tiver febre, tosse e dificuldades respiratórias.


Medidas de protecção
Segundo a OMS:
As medidas preventivas mais eficazes, para a população geral, são:
- Limpar frequentemente as mãos com álcool gel ou lavar com água e sabão;
- Não tocar nos olhos, nariz e boca;
- Espirrar ou tossir para lado interior do cotovelo ou para um lenço de papel que deve ser logo deitado fora;
- Usar máscara se tiver sintomas respiratórios e fazer a higiene das mãos após o descarte da máscara;
- Manter uma distância social (mínimo 1 metro) de pessoas com sintomas respiratórios;
- Contactar ajuda médica, de acordo com as directrizes das entidades de saúdes nacionais se apresentar sintomas como tosse, febre e dificuldades respiratórias - Em Portugal é contactar a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24);
- Estar atento aos locais e cidades onde o covil-19 se está a espalhar mais e, se possível, evitar esses locais para diminuir a probabilidade de contrair o vírus.

Segundo a DGS:
São reforçadas as medidas acima descritas e acrescentam
- Evitar contacto próximo com pessoas com infecção respiratória;
- Evitar tocar na cara (boca, olhos ou nariz) com as mãos;
- Evitar partilhar objectos pessoais ou comida em que tenha tocado (não se referem a agregados familiares ou pessoas que partilhem diariamente o mesmo espaço);
- Adicionam para pessoas em risco de doença grave (idosos e doentes crónicos):  evitar contacto próximo com outras pessoas, afastar-se de pessoas doentes, limitar o contacto social e evitar multidões. Manter-se em casa, se possível.
- Para quem anda de transportes públicos (porque nem todos se podem dar ao luxo de ficar em casa por opção): garantir a distância mínima de outras pessoas, usar máscara APENAS se tiver problemas de saúde, virar a cara se alguém estiver a tossir e pedir à pessoa que o faça para um lenço, braço ou cotovelo, desinfectar as mãos com solução à base de álcool ou lava-las assim que possível, se o transporte estiver lotado esperar pelo próximo (se possível).


Máscaras e luvas
Segundo a OMS, se formos saudáveis, apenas devemos usar máscaras quando estivermos a cuidar de alguém infectado ou com suspeitas de estar infectado com covid-19; devemos usar se estivermos com tosse ou a espirra. As máscaras só serão eficazes quando usadas em combinação com frequente uso de álcool gel ou lavagem das mãos com água e sabão. Do mesmo modo, só se deve usar máscara quando sabemos como as colocar, usar e como as retirar e descartar.
Alertam, ainda, que a máscara pode dar uma falsa sensação de segurança e até ser ela própria uma fonte de infecção quando não utilizada do modo correcto.

Esta opinião é a partilhada pela DGS "De acordo com a situação atual em Portugal, não está indicado o uso de máscara para proteção individual, exceto nas seguintes situações: Suspeitos de infeção por COVID-19; Pessoas que prestem cuidados a suspeitos de infeção por COVID-19.". A DGS "não recomenda, até ao momento, o uso de máscara de proteção para pessoas que não apresentam sintomas (assintomáticas). O uso de máscara de forma incorrecta pode aumentar o risco de infeção, por estar mal colocada ou devido ao contacto das mãos com a cara. A máscara contribui também para uma falsa sensação de segurança.
Ainda segundo a DGS, o uso de luvas não é eficaz. E, tal como a máscara, pode ser um veículo de transmissão do vírus em vez de serem protectoras.


Transmissão pelo ar ou por superfícies
De acordo com a DGS e com a OMS, o contágio não é pelo ar, mas pelas secreções respiratórias ou gotículas que expelimos (se estivermos infectados) e/ou durante a realização de procedimentos médicos invadidos produtores de aerossóis. As gotículas podem entrar directamente pela boca olhos ou nariz e provocar a infecção. Cumprir o distanciamento social aconselhado pela DGS ou ficar em casa são boas medidas de prevenção da infecção.
Também não se sabe ao certo quanto tempo o vírus sobrevive nas superfícies. Os estudos sugerem que podem persistir em algumas superfícies de algumas horas a vários dias, dependendo das condições, como o tipo de superfície, temperatura ou a humidade do ambiente.
As superfícies não transmitem directamente o vírus, apenas se se tocar com as mãos numa superfície contaminada e posteriormente as levar à boca, nariz e/ou olhos.
Se as superfícies forem lavadas regularmente evita-se esse contágio. Quer na nossa casa como em locais públicos a frequência de limpeza deve ser aumentada, para que o vírus não se acumule nas superfícies. Deve utilizar-se detergente e desinfectante comum de uso doméstico. 


Resumindo
Lavar as mãos, manter uma distância social, lavar as mãos, esquecer máscaras e luvas (se não formos profissionais de saúde ou cuja profissão implique contacto próximo com pessoas ou material delicado),  lavar as mãos, aumentar a frequência de limpeza da nossa casa para evitar a acumulação do vírus.
Em lado algum diz que, para quem não está infectado, de quarentena ou que faça parte do grupo de risco, não podemos dar um breve passeio higiénico, para bem da nossa saúde.

Parem de passar os dias a ler coisas, a partilhar coisas (principalmente falsas, alarmistas e/ou que contribuam para nada mais do que pânico), empanicar com coisas.
Parem de se plantar à janela a filmar ou a fotografar quem sai à rua cumprindo todas as recomendações, para publicar nas redes sociais. Aliás, parem de filmar e fotografar os outros para achincalhar, parem de se armar em PIDE desde a marquise lá de casa.
E gente da margem Norte que hoje entupiu a ponte para ir para a Costa: isso não é um breve passeio higiénico, pá!


Informação e fontes
Para além de tudo o que expus anteriormente, há outros sites e artigos interessantes que gostaria de partilhar convosco.

Ordem dos Psicólogos Portugueses - Aqui
Tem uma variedade de artigos de apoio e vídeos, como passos para lidar com a ansiedade, manter actividades à distância, como explicar a crianças as medidas de distanciamento e isolamento social, etc. 

Artigos do Washington Post
Têm modelos explicativos e animados que nos ajudam a:
perceber as evoluções das epidemias: "How epidemics like cover-19 end (and how to end them faster)" - Aqui
como é que medidas como quarentena obrigatória, isolamento social, distanciamento social, etc., funcionam (ou não funcionam - o caso da quarentena forçada) - "Por que surtos como o coronavírus se espalham exponencialmente e como "achatar a curva" - Aqui

Artigo "Coronavírus: o martelo e a dança" - Aqui - novamente, modelos matemáticos para nos explicar como poderemos abrandar a curva e ganhar tempo.  

Site Worldometers - Aqui - um site que possibilita estatísticas em tempo real (ou o mais possível), se têm mesmo de saber os número de infectados, mortes e recuperações (no mundo e por país). Também inclui sintomas, idade, etc.

Organização Mundial da Saúde - Aqui
Direcção-Geral da Saúde - Aqui
Serviço Nacional de Saúde - Aqui


Concluindo
  • Não saiam de casa sem necessidade;
  • Prefiram compras com entregas ao domicílio (se possível);
  • Se tiverem de ir para filas mantenham a distância social (mínimo de um metro);
  • Afastem a cara de pessoas que estiverem a espirrar e/ou tossir;
  • Se estiverem a tossir ou a espirrar, usem uma máscara se tiverem de sair (será preferível evitar sair);
  • Quando estiverem fora de casa, evitem tocar em superfícies. Se o fizerem, não toquem na cara e desinfectem as mãos assim que possível (eu ando com um fraquinho de álcool gel na carteira);
  • Quando entrarem em casa, tirem os sapatos, troquem de roupa e lavem bem as mãos;
  • Se precisarem, não há problema ou contra-indicação, em irem dar um pequeno passeio higiénico (ir com o marido e filhos não tem problema, aproveitarem para verem amigos é que já não é uma boa prática). E breve! Perto de casa! Não é para irem atravessar a ponte, gente!

Fiquem seguros e fiquem em casa (o mais possível e se possível)