quinta-feira, 29 de junho de 2017

Receitas da Menina - Gelado de banana com manteiga de frutos secos e mel

Fonte

Confesso: a receita não é minha, apenas a adaptei! 😱 

Ora, durante a gravidez não tive nenhum desejo propriamente dito. Tinha mais vontade de comer gelados, mas nada de incontrolável ou urgente, e acho que tinha a ver com o facto de ter mais calor e me apetecer coisas frescas. Toda a gente sabe que as grávidas têm mais calor, por isso é normal que tenha tido vontade de ingerir coisas mais fresquinhas.

Quando me deparei com a receita deste gelado tive de a experimentar. Era tão fácil!




Ingredientes
  • Bananas (2)
  • Manteiga de frutos secos
  • Mel
Como já vos disse na receita da Nutella Caseira, não gosto muito de dar quantidades porque acho que tem muito a ver com o gosto de cada um.
Neste caso, a manteiga de frutos secos que usei foi a que andava a comer ao pequeno-almoço: avelã e cacau. Só tinha mesmo uma pitadinha de cacau, porque a avelã tem um sabor muito intenso.


Utensílios
  • Bimby;
  • Recipiente.
Preparação (tempo: 2 minutos - demora mais a lavar a loiça a seguir)
  1. Cortar as bananas às rodelas e levar ao congelador. Na receita original diz que 3 a 4 horas servem, pela minha experiência, mais vale ficar uma noite no congelador;
  2. Retirar a banana do congelador e meter na Bimby - Velocidade 6. Começa por parecer um crumble, peguem na espátula e empurrem para baixo. Continuem a bater até a mistura ficar cremosa;
  3. Adicionar a manteiga de frutos secos e o mel (ou outros ingredientes que vos apetecerem), misturar mais uns segundos;
  4. Passar para o recipiente e colocar mais um bocado no congelador.


E pronto, é isto!
Basicamente é fazer uma papinha de fruta (bom para as crianças) e levar ao congelador.
Nada de açúcar, com excepção do mel - mas é opcional.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Amamentar



Como picuinhas que sou, gosto de escrever por ordem cronológica. Ou, pelo menos, publicar.
Escrevi sobre a gravidez, agora vão sair artigos sobre o parto (já publiquei o meu Plano de Parto) e só depois é que escreveria sobre a maternidade e a amamentação.
Já sabem como sou doente. É a minha veia obsessivo-compulsiva.

Mas, amamentar tem sido uma aventura. Como aliás, toda a minha vida. Nada pode ser linear, um simples trajecto A→B. Nããããooo... Tem de sempre haver mil e um percalços.
Tenho sempre de ser aquela gaja chata que, quando alguém conta uma peripécia, diz "ah! Também me aconteceu isso!". Deve ser bastante irritante para os outros. Estou convencida que até deve haver quem ache que minto. Mas é tudo verdadinha e eu tenho uma relação amor-ódio com esta minha sina.
Se por um lado é cansativo porque estão sempre a acontecer coisas, por outro, quando estou em fases mais calmas em que não se passa nada, começo a achar a vida extremamente monótona.

Hoje vou só escrever algumas coisas que me "indignam" ou que se passaram comigo até agora. Mais tarde escreverei como lidei com elas, hoje é mesmo um desabafo.


  1. Não fui avisada previamente de que quando se diz "mamar de 2 em 2 horas", não significa esperar 2 horas quando acaba de mamar. Nããããoooo... É para contar 2 horas desde o início da mamada. Mesmo que a mamada dure 45 minutos! O que nos dá 1h15 para trocar fraldas, brincar com o bebé e esperar que durma uma sesta, ir à casa de banho, comer, beber e fazer qualquer outra coisa mais que seja preciso. - Acho mal e esta informação devia estar afixada em todo o lado. Deviam ser bastante claros em relação a isso mal descobrimos que estamos grávidas;
  2. Quando estão a mamar e se distraem ou assustam quem paga é o mamilo! Ou levamos uma dentada (ou "gengivada") ou eles começam a virar a cabeça e nós vemos o nosso mamilo a esticar como se fosse pastilha elástica;
  3. Não se deve usar chucha antes de eles saberem pegar bem na mama. Quando é que eles estão a pegar bem na mama: quando já não dói enquanto mamam;
  4. A minha miúda é uma mamona e uma sôfrega. Tenho pena de não lhe poder dar chucha (ainda não aprendeu a pegar como deve de ser). No outro dia apanhei um susto enorme: tinha uma nódoa negra no braço. Comecei logo a pensar que tinha sido bruta em algum momento com ela. Depois percebi: não é que fez um chupão a ela mesma? Já vamos em três no mesmo sítio;
  5. Mamilos gretados - ✓
  6. Mamilos em sangue - ✓
  7. Mamilos com crosta - ✓
  8. Chupar na auréola em vez de no mamilo até fazer sangue e tirar um pedaço de carne - ✓
  9. Bolhas nos mamilos!!! - ✓
  10. Ductos lactíferos entupidos - 
Das "maleitas" da amamentação, acho que só me falta a mastite.
Já usei mamilos de silicone, conchinhas, besuntei-me com leite, purelan, bepanthene.
O que me vale é que, aparentemente e segundo quem me tem acompanhado, tenho uma elevada (e estranha) tolerância à dor.


"Metade das mulheres não continuariam a amamentar se passassem o que tu tens passado".
Confesso: houve momentos em que pensei em desistir. Estava frustrada, com dores, chorava, tremia só de pensar que estava a chegar a hora de dar mama. Mas não era por mim que eu queria desistir, era por ela. Porque tudo o que nós sentimos passa para eles e eu sentia que a hora da mama, que deveria ser tão boa para ela, não o era porque eu não estava bem.
O que vale é que as coisas melhoram de dia para dia. Claro que há momentos em que mando um grito porque ela me magoa, mas pelo menos já não são 45minutos de dor contínua.

Irei escrever mais pormenorizadamente sobre este tema. Até porque ainda só tenho um mês de dar mama e muita água vai correr.
Mas, para quem amamenta e está a passar um mau momento, o meu conselho é "dê a si mesma mais uma semana para continuar a amamentar". Vá estabelecendo prazos. E quando chegar ao fim desse prazo pense "será que aguento mais uma semana?".
Muita paciência. E se estiver a magoar? Tirar o bebé da mama e tentar outra vez. Magoou outra vez? Tira e volta a tentar a pega.

Eu já sei que a primeira pega é sempre dolorosa. E quando ela está mais sôfrega ou rabugenta, aguento uns segundos de dor para que ela se sacie um pouco e depois tiro-a e volto a tentar as vezes que forem precisas. Só assim é que eles aprendem.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

O Meu Parto I - O Plano de Parto




Cada mulher sabe de si e do que considera ser melhor para si e para o seu bebé. No meu caso, sou adepta do "quanto mais natural melhor, mas a medicina ajuda muito".

O que é que eu quero dizer com isto? Que planeei o meu parto para que fosse o mais natural possível, deixando a natureza seguir o seu curso, sem recurso a fármacos, a indução ou qualquer outro "mecanismo artificial", mas tendo em conta que o cenário poderia mudar a qualquer momento.
No caso dos fármacos, por exemplo: quanto menos químicos metermos no nosso organismo melhor para nós e para o bebé, maior controlo temos do que se passa com o nosso corpo e, em princípio, mais rápido o trabalho de parto. No entanto, cada pessoa tem limites diferentes de reacção à dor e modos diferentes de lidar com ela, o que pode não ajudar no trabalho de parto e causar sofrimento desnecessário à mãe e ao bebé.

Ao desenharmos o nosso Plano de Parto é muito importante que tenhamos a noção de que o desenhamos para uma situação ideal, mas que as coisas podem mudar a qualquer momento, de que há coisas que dependem dos meios disponíveis ou directrizes hospitalares, e de que há coisas que podem ser legalmente impossíveis de concretizar (em Portugal, não podemos levar a placenta - ou qualquer outro "lixo" orgânico - para casa).

Portanto, desenhem o vosso plano de parto com uma mentalidade aberta, discutam-no com o vosso médico ou enfermeiro, e não se prendam demasiado ao que idealizaram.


Quando delineei o meu plano, estudei muito tudo o que nele consta e fi-lo de forma a ter as minhas possibilidades em aberto, com a noção de que a equipa que realizará o parto é quem percebe mais daquilo e estará a zelar pela minha saúde e pela da minha bebé.
Houve algumas coisas que tive de alterar após discussão com a enfermeira e com a médica, mas fiquei a saber que praticamente tudo o que tinha escrito já ia de encontro às práticas da Maternidade Dr. Alfredo da Costa e da Organização Mundial de Saúde, o que me deixou bastante descansada. Apesar disso, deixaram bem claro que, mesmo sendo o que defendem, poderá haver necessidade de alterar o plano.
Explicaram que tentam que seja o menos medicalizado possível, mas que por vezes as mulheres reagem à dor retraíndo-se, o que provoca atraso no TP e sofrimento ao bebé, pelo que acabam por dar epidural.
Por exemplo, o contacto pele a pele, se o bebé tiver algum problema, partem primeiro para o que lhe irá assegurar a sobrevivência e só depois para o contacto com a mãe. O mesmo se passa com o corte do cordão: se o cordão estiver à volta do pescoço, quem trata do cordão é a equipa. E por aí fora.
Quanto à presença do acompanhante durante a cesariana, pareceu ser um caso delicado. Aquilo que me garantiram é que se for de emergência ou inesperada NÃO há presença de acompanhante. Se for planeada, houve quem me dissesse que não havia problema e houve quem me dissesse que depende muito da equipa que apanharmos.

Para estruturar o meu PP, segui o que encontrei aqui.


PLANO DE PARTO
Desejo que todo o processo seja o mais natural possível, desde parto vaginal até à amamentação. No entanto, tenho plena consciência de que o que idealizo poderá não ser possível por algum motivo, pelo que deposito total confiança nas decisões da equipa hospitalar, pedindo apenas que me expliquem no caso de ser necessária alguma alteração ao plano inicial.

Tenho total confiança na equipa que me acompanhará no parto, mas gostaria que me fossem dizendo/explicando os procedimentos ao longo de todo o processe, desde que entro na maternidade até ao pós-parto.

Equipamento
  • Que me seja facultada a bola de exercícios;
Trabalho de parto e parto
  • Sem pressão, para que seja o mais rápido possível, deixar o corpo decidir;
  • Mobilidade: gostaria de ter liberdade de movimentos, possibilidade de andar e adoptar posições que me sejam mais confortáveis (de cócoras, em pé, de gatas, etc...);
  • Sem indução, se possível;
  • Alívio da dor: gostaria de tentar evitar qualquer tipo de fármacos, mas mantendo essa possibilidade em aberto;
  • Expulsão: Se possível, evitar a episiotomia, que o períneo seja lubrificado, massajado e suportado;
  • Gostava de ter liberdade de adoptar a posição que o meu corpo pedir quando chegar à altura da expulsão (agachada, de gatas, em pé, etc);
  • Placenta: Aceito que me sejam administrados fármacos para ajudar na dequitadura;
Pós-parto imediato
  • Contacto pele com pele imediato, durante o máximo de tempo possível;
  • Amamentação durante o contacto pele com pele, antes de qualquer outra intervenção, e gostaria de tentar o breast crawl;
  • Clampeamento do cordão apenas quando parar de pulsar;
  • Se possível que seja o pai a cortar o cordão umbilical, se o pai não estiver corto eu;
  • Pretendo que a minha filha seja alimentada com recurso exclusivo ao leite materno através da amamentação (sem recurso a biberões, etc.);
Cesariana
  • Pretendo que o meu acompanhante esteja presente;
  • Pós-parto o mais semelhante possível ao descrito anteriormente.

Obrigada pela vossa compreensão.



Coisas que alterei no meu PP

Acompanhante - Este campo deixou de ser necessário. Acompanhante é qualquer pessoa significativa para a parturiente. Não é necessário existir grau familiar, mas a partir do momento em que se dá alguém como acompanhante não são possíveis trocas (em princípio).
  • Quero que o meu marido me acompanhe durante todo o processo;
  • Se o meu marido não puder estar presente gostaria que estivesse a minha mãe ou o meu pai.
Trabalho de parto e parto
  • Monitorização com equipamento móvel, sem fios ou não contínua - Não existe este equipamento na MAC, mas garantiram-me que os fios dos equipamentos são suficientemente longos para permitirem a minha mobilidade dentro da sala de parto.
  • Expulsão: Se houver o risco de rasgar prefiro a episiotomia - A enfermeira explicou-me que, de momento, a OMS não tem nenhuma resposta certa para episiotomia VS rasgar, mas que o rasgão pode ser menor do que o corte. Quando cortam, fazem logo de uma determinada dimensão, se for rasgão pode ser apenas algo pequenino e que eles tentam controlar o tamanho do mesmo.

Bem, aqui vos deixei o meu Plano de Parto idealizado.
Claro que, como com tudo o que faço e planeio, não correu como idealizado e foi mais um "filme". Nem lhe chamo aventura, porque não é uma memória agradável. O meu parto foi difícil, quer pelo número de horas, quer pelas dores, quer pelo que correu mal. Felizmente, tanto eu como a Mini Mi estamos bem.
Em breve partilharei convosco o meu parto. Acho que estou traumatizada (e não estou a dramatizar) e vai-me fazer bem e ajudar escrever sobre isso. Quando estiver preparada para o fazer.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Receitas da Menina - Nutella Caseira

E se eu vos disser que fazer creme de avelã e chocolate (conhecido por Nutella) é extremamente simples? Que se demorarem a meia dúzia de minutos que leva a preparar a avelã (como se fosse manteiga de amendoim) já têm meio caminho andado para a Nutella?





O que é Nutella? É nada mais do que um creme de avelã e chocolate.
Só que o que se compra nas lojas e que a maioria das pessoas adora, não só é uma bomba calórica, como ainda está repleta de corantes, conservantes e outros ingredientes duvidosos.
Confesso que, cá em casa, apesar de sermos fãs e ávidos consumidores de chocolate, nenhum dos dois  é fã de nutella porque sempre nos soube a artificial.

Somos daquelas pessoas que têm sempre em casa pelo menos uma barra de chocolate de culinária. Barra essa que serve para cozinhar ou para comer mesmo assim e que quando só há uma é porque a outra já marchou.
Somos bastante gulosos e não somos muito de nos privar de doces, pelo que optamos sempre por opções mais saudáveis. Pode-se ter tudo!
De vez em quando, fazem-se crepes de chocolate cá em casa. Nunca nos passou pela cabeça comprar nutella ou qualquer outro creme/chocolate de barrar do supermercado. É só pegar nuns quadradinhos de chocolate de barrar, adicionar-lhe leite e levar ao lume. Nem nos damos ao luxo de fazer em banho maria, etc. Quando dá a vontade dos crepes com chocolate, em 10 minutos estamos a comer crepes com chocolate. Para quê estar a comprar um produto cheio de porcarias e que só faz mal?

Ora, apesar disto, a combinação de avelã e chocolate é algo de bastante saboroso e apelativo.
"Será assim tão difícil fazer nutella em casa? Não bastará fazer uma espécie de manteiga de avelã e juntar-lhe chocolate derretido?"
As respostas são: "Não." e "Sim!!!!".

Se já leram a receita da manteiga de amendoim, ficam a saber que o primeiro passo para a nutella é fazer o mesmo, mas com avelãs.



Na foto estão avelãs e nozes pecã, porque aproveitei a onda para fazer a manteiga de frutos secos que costumo comer ao pequeno-almoço.


Parte 1 - Como fazer creme de avelãs

Ingredientes
  • Avelãs
  • Óleo vegetal q.b. - eu uso o de girassol porque não tem um sabor muito intenso (às vezes o creme de avelãs precisa de uma pequenina ajuda).
Utensílios
  • Picadora ou bimby;
  • Tabuleiro do forno;
  • Papel vegetal;
  • Frasco.
Preparação
  1. Levar ao forno a cerca de 170º durante 10 minutos, mas vão controlando - se torram demais e queimam, ficam super amargas e já não dá para nada; Quando estiverem torradas, aproveitem para sentir o aroma bom a avelã torrada (é delicioso e parece Natal), peguem no papel vegetal e retirem-no do tabuleiro para que não continuem a torrar;
  2. Picadora: Colocar os amendoins na picadora e ir picando até ficar com a consistência pretendida. Começa por parecer um crumble, mas é ir retirando a mistura das paredes da picadora e insistir; Se virem que não está a ficar muito cremoso, adicionem um fio de óleo vegetal. Bimby: exactamente como para a picadora, mas a 30-60 seg/vel 7 para a primeira "picadela" e 20-30 seg/vel 1-3-5-6 progressivamente.

Parte 2 - Derreter o chocolate

Ingredientes
  • Chocolate de culinária partido aos pedaços;
  • Manteiga;
  • Leite.
Utensílios
  • Bimby (esta parte eu faço na Bimby para que fique mais cremoso, mas é só mania);
  • Ou, dois recipientes para fazer banho maria + colher de pau + batedeira;
  • Frasco.
Preparação - Bimby
  1. Colocar o chocolate na bimby e triturar durante 20 segundos na velocidade 9;
  2. Adicionar a manteiga e o leite e mexer durante 3 minutos, na velocidade 2 a 3;
  3. Quando o molho de chocolate estiver pronto, adicionar o creme de avelã e mexer durante mais 2 minutos, na velocidade 2 a 3;
  4. Quando estiver bem misturado, introduzir a borboleta e misturar durante 2 a 3 minutos, na velocidade 2 a 3 - a borboleta faz com que fique com um aspecto mais cremoso e brilhante.
  5. Passar para o frasco, deixar arrefecer e está pronto a comer.
Preparação - Banho-maria
  1. Colocar o chocolate, o leite e a manteiga em banho-maria;
  2. Ir misturar com a colher de pau até se adquirir uma mistura homogénea;
  3. Quando o molho de chocolate estiver pronto, retirar do lume, adicionar o creme de avelã e mexer com a batedeira até que o creme esteja pronto;
  4. Passar para o frasco, deixar arrefecer e está pronto a comer.

Quantidades

Confesso que gosto de fazer a "olhómetro", daí não vos ter dado quantidades. Até porque, como muitas vezes aproveito o que já tenho em casa, não costumo usar sempre as mesmas quantidades.
Além do mais, gosto de adaptar ao meu gosto pessoal - adicionar mais avelãs e menos chocolate, ou o contrário. Depende do dia e depende do gosto de cada um.
A Bimby tem uma receita de creme de chocolate e avelã, mas adiciona-lhe açúcar e mais quantidade de leite e manteiga do que eu.

Da última vez que fiz (e ficou bem boa) as quantidades foram as seguintes:
- 150 gramas de avelãs
- 65 gramas de chocolate
- 40 gramas de manteiga
O leite é daquelas coisas que eu vou metendo aos poucos, para não correr o risco de ficar muito líquido.


Bem, já viram como é simples à brava fazer nutella? E saudável? (ou, pelo menos, mais saudável do que a de supermercado).
Cá em casa, não éramos fãs deste creme, mas agora gostamos. E demos a provar a um amigo que é super guloso e que gosta muito da de supermercado e ele aprovou (e levou o frasco com ele ahahah).

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A minha gravidez VII: Terceiro trimestre

Este artigo foi escrito à semana. Fui actualizando sempre que aconteceu algo engraçado e agendando porque, como poderão imaginar, a qualquer momento poderia deixar de o escrever porque chegava ao fim a gravidez e iniciar-se-ia outra etapa.
Quando lerem isto já estarei com a minha filha nos braços e ocupadíssima a dar mama, mudar fraldas e a tentar não enlouquecer com a privação de sono.

Ainda vos confesso mais: escrevi esta introdução na 32ª semana, dia 27 de Março, a cerca de mês e meio, dois, para a previsão de um parto normal (entre as 38 e as 40 semanas).
Como, por motivos de saúde que já vos falei, tenho uma maior probabilidade de ter um parto prematuro, a maioria das publicações que verão até Julho já estão pensadas, escritas e agendadas. Não quero que o blogue pare por causa do nascimento da Carminho, mas tenho noção de que poderá acontecer a qualquer momento e que depois disso também demorarei uns tempos a ganhar energia para escrever artigos, tirar fotografias, cozinhar, etc., para partilhar convosco.

De qualquer modo, aqui fica o último artigo sobre "A minha gravidez".
Espero que as minhas experiências, peripécias, etc., vos tenham entretido e sido úteis de alguma maneira. É por isso que as partilho.



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Semana 27
Terminei o móbil para o quarto da Miminho ❤
Sem me querer gabar, mas gabando, ficou lindo.



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Semana 28
As hormonas são tramadas e, irritadiça, achei que o Duarte não estava a ser suficientemente pró-activo nas coisas para a filha. Dei-lhe um ralhete e duas tarefas: acabar de arranjar o armário do quarto da bebé e comprar-lhe algo.
Andou uns tempos a matutar até que, certo dia, lhe perguntei
- Já sabes o que vais comprar para a tua filha?
- Sim - e começou a rir-se.
Espetei um dedo na sua direcção:
- Coisas do Benfica não valem!
- Aaah, não sei... Não discriminaste! E há um cachecol pequenino tão engraçado...
- Pronto, podem ser também do Benfica, mas têm de vir a acompanhar outra coisa qualquer.



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Semana 29
Certa manhã saí cedo e quando voltou disse-me, todo entusiasmado, que já tinha cumprido a tarefa.
Um bodie, super fofo, super betinho, com uma golinha às pintinhas prateadas, para o primeiro mês; e uma saia-tutu azul, lindíssima, para 4 anos!
- Mas a senhora disse que aos 2 já dava!
Ri-me imenso! O meu pai fazia-me exactamente o mesmo. Houve roupas que nunca cheguei a usar porque, mesmo tendo atingido o meu tamanho máximo, me ficavam enormes.😊

- Fez-me lembrar de ti e do teu tutu cor de rosa. Sabia que ias gostar!

- E gostei! Agora é só esperar 4 anos e 2 meses.



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Semana 30
A azia atingiu proporções épicas. Juro-vos que me sentia um dragão. Se acendessem um isqueiro à frente da minha boca quando arrotava, incendiava a divisão onde estava.
Não, não são os pelos da criança (espero...), é mesmo estar a esborrachar-me o estômago.
Num dia de inspiração, coragem e força, decidi montar o quarto da bebé. Não furei paredes, mas imprimi cópias das imagens com que quero decorar e colei-as. Também não instalei o móbil, porque não queria que apanhasse pó, nem que as gatas decidissem que é um brinquedo para elas. Também foi só um ensaio da decoração porque, para nosso azar, tínhamos uma infiltração no nosso quarto, precisávamos de fazer obras e teríamos de nos mudar para aquele quarto.
Nesta semana juntei-me com os meus melhores amigos (os que puderam) e fizemos uma FAB Party, que contei aqui. Uma festa que não é sobre a gravidez ou sobre a bebé que aí vem, mas uma oportunidade de ter uma festa em grande antes da vida mudar tão radicalmente e ficar uns tempos a adaptar-me à nova realidade. Além do mais, ultimamente a minha vida tem sido praticamente dominada pela gravidez e pelo que é preciso tratar antes do parto, que sabe bem fazer coisas que não tenham nada a ver com esse tema.


Uma publicação partilhada por Menina (@ameninadajoaoxxi) a




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Semana 31
Dores terríveis. Uma mistura de gases, com Braxton Hicks, dores musculares e pontapés da cria tornaram o meu fim de semana numa maravilha, cheia de desconforto e dores. Já nem sabia para onde me virar. Felizmente, aqui há uns anos ofereceram-me daquelas bolas de exercício e lá me fui colocando em diversas posições para me aliviar.
Uma pessoa já é obstipada normalmente, com a gravidez isso tende a agravar, e o ferro que se toma ainda piora o cenário. É mesmo porreiro. O que me vale é que o Duarte é o melhor marido que poderia ter e, mesmo estando a trabalhar, respondia aos meus apelos de "preciso de mimos", "preciso de festinhas na barriga", "preciso de uma massagem nas costas", "preciso de ajuda para me levantar" sem se queixar.
Já o avisei que, se calhar, vou começar a ser uma inútil como fui no primeiro trimestre. E acreditem, isso custa-me horrores. Estava a sentir-me tão bem. Cheia de energia para tratar do quarto da Mini Mi, para costurar, arrumar, ir às compras para a casa, etc. E agora, quando abro os olhos, o meu primeiro pensamento é "será que me consigo mexer sem dores?"



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Semana 32
A semana começou com a ecografia do terceiro trimestre. Tenho-as feito na Clínica de Chelas, porque são comparticipadas a 100% pelo SNS, e tenho gostado muito do atendimento, das instalações e dos médicos que me têm feito as ecos. Desta vez o Duarte não pode ir comigo, porque estava a trabalhar. Convidei a minha mãe, que aceitou logo, e decidi fazer uma 3D para surpreender o pai. Claro que, tendo o feitio da mãe, a miúda decidiu que não queria mostrar a cara. O médico lá andou a abaná-la para que se mostrasse, mas ela preferiu responder com pontapés e mostrando o pipi, como se nos estivesse a mandar à outra parte. Ainda nem nasceu e já está com um belo feitiozinho. É isso filha, girl power!! Também ficámos a saber que já deu a volta, o que deve explicar o desconforto brutal que senti no dia anterior. Dois dias antes, uma amiga que é médica tinha-me apalpado e ainda estava de cabeça para cima.
Estava eu na trigésima semana quando me ligaram da Maternidade Alfredo da Costa para que começasse lá a ser seguida. Estranhei, porque as grávidas só costumam ser encaminhadas do Centro de Saúde para a Maternidade ou Hospital por volta das 36 semanas, a não ser que haja algum problema. No entanto, não fiquei muito preocupada, porque podia por causa da minha anemia. Quando lá cheguei, ninguém me soube dar com certezas o motivo de começar a ir tão cedo. Do que viram estava tudo bem, marcaram-me análises e consulta para dali a 2 semanas, e duplicaram-me a dose de ferro. Estava de volta às ampolas! São horríveis! Já as fiz há uns anos e é de vomitar. Ficou o aviso, se calhar teria de começar a tomar ferro endovenoso. Mesmo bacano!
Conseguimos também consulta pré-natal para conhecer uma pediatra. Soubemos que era pediatra na MAC e como o parto seria lá, achámos que era uma boa opção. Gostámos muito dela e disponibilizou-se para esclarecer todas as dúvidas que tivéssemos (neste momento já não havia muitas). Aconselhou-nos a fazer já a mala para levar para a maternidade (lá estava a minha probabilidade de que a miúda nasça mais cedo), aconselhou a começar assim que possível com a lanolina nos mamilos (para hidratar e evitar gretas no futuro), bem como a aplicação de elastolabo no períneo para evitar a episiotomia (corte) ou o rasgão do períneo. Portanto, na 32ª semana, já estava a preparar a mala (faltava apenas lavar a roupa que queria levar) e a tomar ferro duas vezes ao dia.
A semana terminou de forma intensa. Quando saí de casa para ir receber a chave da nova casa (a anterior proprietária tinha pedido para ficar lá mais uns tempos) cruzei-me com dois homens nas escadas do meu prédio, um deles enorme e careca, e tive um feeling péssimo. Estive quase para ligar à minha vizinha do lado ou à porteira para avisar que algo de estranho se passava e para ficarem atentas, mas decidi ignorar o meu instinto e fui à minha vida. Mais tarde, quando voltei, um apartamento tinha sido assaltado, tentaram um segundo e ainda foram tocar à minha campainha. Para a próxima dou ouvidos aos meus feelings, como de costume.




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Semana 33

O início da semana foi logo de irritação.
Recebi uma chamada do Centro de Saúde para me avisarem que a minha consulta de saúde materna tinha sido cancelada. A médica ia estar fora durante um mês, mas que me marcavam para Maio, "olhe, para isso deixe estar, em Maio já tenho a miúda cá fora!". Comecei por me irritar porque, queria esclarecer com a médica porque raio me mandou tão cedo para a MAC, se era mesmo por causa da anemia, e precisava de um certificado de incapacidade temporária para apresentar no centro de emprego. Certificado esse que tem de ser passado no Centro de Saúde e não noutro lado. Tudo bem que a senhora pode ter adoecido ou ido de férias, mas não se pode deixar um paciente assim pendurado. Descaíram-se e disseram que foi de férias. Então e foi de férias e nem avisa os pacientes? Eu bem tinha dito que não tinha tido grande empatia com ela. Lá expliquei a minha indignação à administrativa, que foi super prestável, me acalmou e me marcou uma consulta extra com outro médico para me passar o certificado. Entretanto liga-me a enfermeira do Centro de Saúde, porque estava na altura de levar a vacina tripla, ainda acedeu ao meu ficheiro para perceber o motivo do encaminhamento precoce para a MAC, mas a médica não deixou anotação nenhuma. Nunca saberemos: foi por causa da anemia ou por causa das férias dela? Bem que poderia ter dito. Enfim... Agora estou na MAC e estou bem.
Entretanto, fui à casa nova encontrar-me com um empreiteiro e um arquitecto. Lá explicámos o que queríamos. Lá vamos nós mandar umas paredes com o caraças, colocar outras, mudar casa de banho e cozinha. E rebentar com a marquise!! Odeio marquises, são a maior praga arquitectónica que existe neste país. Num país com um sol tão bom, com uma luminosidade tão fabulosa, e as pessoas querem é fechar-se o mais possível? Tontos! Além do mais, aquela casa tem vista para Monsanto e para a Margem Sul, como não aproveitar?
Já na casa onde moramos estávamos com uma infiltração no nosso quarto! Que sorte... Não podia ter calhado em melhor altura e os tipos do seguro tardavam em dar resposta. Não podia ir parir sem ter a minha casa habitável e limpa...
Entretanto, e para acabar a semana em beleza, vou à casa de banho e, quando me limpo, sai-me o rolhão mucoso. Mesmo fixe! Para quem não sabe, a perda do olhão é um dos sinais do trabalho de parto. Uma substância gelatinosa que tapa o colo cervical, protegendo tudo o que está lá para dentro. Claro que tive um mini ataque de ansiedade: queria mesmo que ela só nascesse a partir das 40 semanas, tínhamos a sessão fotográfica na semana que se seguia, um fim de semana no Marvão marcado para o fim de semana seguinte, as obras no quarto e as obras na casa nova por fazer. Era mesmo o que me faltava. Lá me acalmei. Podia ser apenas parte, afinal nem sangue tinha, mas a partir de agora repouso, nada de brincadeiras e toca a preparar definitivamente a mala da maternidade e as roupinhas para os primeiros meses.



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Semana 34

A trigésima quarta semana começou com uma estadia de 8 horas, nas urgências da MAC, a fazer CTGs e com soro para a veia. Impec! E eu que só lá ia para fazer análises... Quem me mandou ir perguntar nas consultas se podia falar com a médica por causa do rolhão? Mandaram-me logo para as urgências e lá ainda me deram na cabeça por não ter ido logo na véspera. Podem ler todo drama/aventura aqui (sim, porque drama é comigo e assim que me disseram "vá já para as urgências" fiquei com lágrimas nos olhos, mas achei que o melhor era ir tomar o pequeno-almoço e ir tratar de um assunto ao centro de emprego).



No dia seguinte, tive a minha sessão fotográfica. Outra aventura. Ficámos uns dois meses para a conseguirmos fazer. Ora era o mau tempo, ora era indisposição, ora era a vida... E no próprio dia tivemos de mudar de local porque o que tínhamos inicialmente planeado estava pejado de turistas! O que vale é que acabámos com um cenário bem bonito e que fazia muito mais sentido: o bairro onde moramos e onde a Miminho vai crescer (pelo menos nos primeiros tempos). Podem ler a história e ver as fotos aqui.





A seguir à estadia nas urgências tivemos consulta. A médica, Isabel Nery, tinha pinta de ser da velha guarda, toda despachada, sem papas na língua, bastante assertiva - gostámos imenso dela. É o meu estilo de médico, dá-me segurança. Viu os resultados das análises, CTGs, exames e "as análises estão óptimas - a anemia melhorou imenso, não há motivo para fazer injectável, é continuar a fazer o que tem feito -, tem um colo do útero óptimo - granda colo!! - 33 mm, resistente à pressão, no CTG teve aqui umas contracçõezitas, mas se não tem tido dores não é para se preocupar". "Doutora, nós temos um fim de semana no Marvão, a cerca de 2h30 de carro, acha que podemos manter?", "oh meninos, vão passear, vão namorar antes dela nascer. Mas só podem olhar um para o outro! Nada de brincadeiras! Nem grandes esforços. E muita hidratação.".

Bem, o meu útero deve ser mesmo uma beleza. Elogios nas urgências, elogios na consulta... Óptimo, bom, espectacular. Com tanto elogio, tenho vontade de mostrar ao mundo o meu colo e devia oferecer-me para ilustrar os manuais de obstetrícia.
A 34ª semana terminou em beleza, com o fim de semana passado no Marvão (ou Babymoon). Ficámos alojados no Train Spot, uma estação de comboios transformada em alojamento. Adorámos a estadia e adorámos os passeios que demos pelo Marvão e por Castelo de Vide. São duas terras lindíssimas, que valem mesmo a pena conhecer.
Até ao momento a Miminho estava-se a portar bem e a deixar que a mãe concretizasse os planos que tinha.  



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Semana 35

Comecei a semana a pressionar a empresa gestora do condomínio e a seguradora, para que se mexessem e me permitissem começar a tratar das obras. A coisa lá se começou a desenvolver. O caso estava na seguradora há 3 semanas e foi preciso um telefonema meu para, no próprio dia, contactarem a gestão de condomínio. Outro dos meus mantras: "se queres algo bem feito, fá-lo tu!".
Quando tudo o resto começava a melhorar apareceu-me uma hemorróida. Fabuloso! Das dolorosas... Era mesmo o que eu precisava.
Uma coisa gira: combinei com o meu professor de tango filmarmo-nos a dançar, para ter mais um recuerdo enquanto grávida. Quão fixe será a minha filha ter vídeos da mãe a dançar enquanto estava grávida dela?  Diverti-me imenso, gravámos 4 músicas e soube-me maravilhosamente bem ❤
Entretanto, as hemorróidas pioraram. Sorte a minha! Toca de me abastecer de creme. Tinha óleo de rícino, fiz uma reacção que só piorou o meu estado. Mudei de creme, passei a tomar uns comprimidos e a fazer banhos de assento (com sal grosso e vinagre de cidra) 3 vezes por dia. A isto, passei uns dias deitada de lado com 2 almofadas por baixo da anca e outras por baixo das pernas, para que o rabo estivesse mais elevado do que o resto do corpo. No fim da semana já estava bem mais aliviada. Só esperava que isto passasse antes de entrar em trabalho de parto. Já me chegava o estado de desconforto provocado pelo parto, não precisava de associar a isso uma crise hemorroidal.



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Semana 36

Acordei a pensar que talvez fosse melhor passar a fotografia semanal logo para o início da semana. Coincidentemente, as minhas semanas de gravidez iniciavam-se às segundas. A partir de agora, a miúda podia nascer a qualquer momento.
Levantei-me, tomei os meus banhos e despachei a foto. Quando comecei a tratar de algumas tarefas domésticas comecei a sentir dores de costas, azia, algumas contracções e, quando fui à casa de banho tinha um líquido a escorrer-me pelas pernas. Hmmmm... Corrimento? Líquido amniótico? Trabalho de parto? Deveria ir para as urgências? Primeiro passo: comer! Segundo passo: estender-me a ver se as dores passavam. Terceiro passo: torcer para que não fosse trabalho de parto, apenas falso alarme.
E era! Ufa! Pelo menos qua aguentasse até quinta feira, que era quando tinha a próxima consulta.
Foram dois ou três dias destes sintomas e já estava a ficar um bocado desmoralizada. Estava tudo a correr tão bem e tinha sido contemplada com hemorróidas, quando as hemorróidas começam a melhorar, começo com estas ameaças. O que me valia é que lá me ia estendendo no sofá, tomando os meus banhos (aos quais adicionava óleo essencial de lavanda para relaxar). O mais chato foi ter estado a tratar das obras na casa nova e começar a ter contracções quando um simpático funcionário da Leroy Merlin me falava de "revestimento cerâmico", ele reparava nas expressões que eu tentava disfarçar e eu reparava no ar apreensivo que ele tentava disfarçar.
Lá fui à MAC, onde me disseram que sim, eram contracções e que o líquido era corrimento e suor, nada de preocupante. Estive ligada ao CTG que não detectou nenhuma contracção e, segundo a Dra. Isabel Nery, estava óptimo. Depois aproveitou e fez-me os exsudados vaginal e fecal. Como odeio aquele cotonete. De morte. Já no ginecologista é a mesma coisa quando é para fazer o Papanicolau, é desconfortável, dói, deixa-me ansiosa... Bem que a médica me tentava fazer descontrair, a brincar comigo, a distrair-me, mas nada. "Menina, Menina... Tem de relaxar... Senão agora como é que eu tiro o cotonete?". Eu até me ria do que ela dizia, mas relaxar está quieto. "Oh, Doutora! Eu odeio o cotonete, prefiro mil vezes o bico de pato", "O quê? Mas o bico de pato é muito maior!", "olhe, se calhar é por isso... É uma questão de pressão." Risada total naquele gabinete. E ficou assente "Ela agora pode nascer a qualquer momento, com o tempo que está, está óptima. Não vamos atrasar nem acelerar o parto, é deixá-la vir. Por isso, vá andar, ter relações sexuais, essas coisas.". Ao que eu respondi "Sim, sim", mas pensei para mim mesma "ainda não!!!!", embora todos os dias eu e o Duarte olhemos um para o outro e digamos "hmmm... não chega até dia 22."
Quando cheguei a casa, fui à casa de banho fazer xixi e quase que uivei de dor! Um ardor tão grande que tive de urinar aos poucos e a morder a mão. "Mau... querem lá ver que a adicionar a isto tudo ainda fui presenteada com uma infecção urinária?". Passadas uma horas, novo xixi e continuação do ardor/dor/desconforto. E lá fui eu ao google que me redireccionou para diversos fóruns, em que a maioria das mulheres gritava "infecção urinária!! Vai para as urgências!!", até que perdido no meio daquilo, um testemunho com um cenário parecido com o meu, em que a mãe dizia que quando foi às urgências o que lhe disseram é que tinha feito uma feridazinha e que no dia a seguir já não tinha dor nenhuma. Decidi esperar. Sempre que ia à casa de banho (que agora é cada vez com mais frequência), lá inspirava e me munia de coragem para o que lá vinha. Antes de me deitar tomei o meu banho (com sal marinho, óleos essenciais e vinagre de cidra) e, coincidência ou não, no último xixi da noite já não havia qualquer ardor ou desconforto.

Durante essa noite (de quinta para sexta), tive pesadelos, tive imenso frio e acordei encharcada entre as pernas. "Oh, diabo.... querem lá ver que tenho de ir às urgências?", a cama não estava molhada, eu não estava propriamente a pingar, levantei-me para me limpar e decidi que ia ver como prosseguia a noite. "Bem... pelo menos vou tentar dormir um bocado. Isto não é líquido suficiente para fazer mal ao bebé se for daí. Se amanhã de manhã continuar vou para as urgências. Epá... mas amanhã de manhã vem a Patrícia [a nossa empregada], dava mais jeito ir para a maternidade já com a casa limpinha e ela não tem chave...". De manhã, quando me levantei, estava húmida, mas nada de extraordinário. Ia ver como corria o dia - e correu dentro da normalidade. Tirando ter ido à Mantovani ver pavimentos e onde, a certa altura, a senhora me perguntou se estava tudo bem. É que a barriga já pesava... 




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Semana 37

Yey!!!! Chegámos à 37ª. semana! Se cada dia a mais em que ela está cá dentro já assumia como uma vitória, quanto mais cada semana a mais!
No entanto, comecei esta semana com um humor de cão. Sem paciência para aturar pessoas. Decidi que o melhor era minimizar as minhas interacções sociais ao máximo. Não resultou lá muito bem, mas que se lixasse. Não tenho culpa de algumas pessoas serem bastante sensíveis, que me deixassem em paz.
Com a casa nova a ir para obras dei por mim a passar 12 horas em IKEA, Mantovani, e a resolver mais uma data de coisas. Obviamente que, assim que cheguei a casa e morri para o mundo. O Duarte quase que teve de me levar ao colo para a cama e, no dia a seguir, sentia-me de rastos. Mas pronto, as obras iam começar, já tínhamos tratado de tudo o que era inicialmente necessário: contrato de água e de electricidade; já tínhamos a cozinha escolhida, as torneiras para a casa de banho, o pavimento e revestimento para a cozinha e casa de banho.
Houve um dia em que passei na mercearia ao lado de casa e vi a fruta com o melhor aspecto de SEMPRE!! Morangos, melancia, cerejas... Decidi entrar. Não sei o que se passou entretanto, mas acabei por sair com duas caixas de gelado de chocolate e dois twix. Até me ir deitar comi três mini-magnums e um twix. No dia seguinte comi a segunda embalagem de gelado enquanto via um episódio do Bar Rescue...
Toda confiante de que a baby iria aguentar mais um tempinho dentro do forno, decidi marcar uma data de coisas para a semana seguinte: cortar o cabelo e ir arranjar as sobrancelhas, mãos e pés. Não que quisesse ir toda bonita para o parto, mas sabia lá quando é que voltaria a tratar de mim depois dela nascer. Para a semana 38 também ficou marcada a visita à maternidade. Não tinham para mais cedo. Estou plenamente convencida de que este ano vai haver um baby boom. Não só vejo grávidas por todo o lado, como a maternidade está sempre à pinha, não havia vagas para a visita e uma grávida comentou comigo que estavam com dificuldades em arranjar uma data para lhe marcar uma cesariana.
E, para terminar a semana em beleza, uma grande crise de obstipação! Estava desesperada. Já andava a tomar um laxante próprio e nada! Água e fruta, e nada! Massagens e nada! Tudo o que metia, lá dentro ficava. Já me doía tudo, já nem tinha posição sentada ou deitada. Só desconforto e uma sensação de inchada e entupida. Decidi atirar a toalha ao chão: mandem vir o clister!! Como estava mesmo desesperada meti logo dois microlax e foi "aguentar o mais possível". Para ajudar, mergulhei no meu banho morno a relaxar e a aguentar. A tentar ir para zen, basicamente, para não sucumbir à vontade imediata de ir para a sanita. 15 minutos de banho, saí, limpei-me, vesti a camisa de noite... sempre em zen... Ainda tive tempo de fazer a minha limpeza de pele e, de repente, já não dava para aguentar nem mais um segundo. Assim que me sentei, iniciei o meu trajecto até ao nirvana. Passados uns minutos era uma mulher recuperada, leve! Oh, felicidade!


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Semana 38

Oh, yeah! Chegámos a mais uma semana!
Fomos à consulta semanal e a médica que me atendeu disse que isto ainda estava muito fechadinho. Que eu devia começar a andar e a namorar. "Não, não! Ainda não!", respondi, "Só para a semana, porque quero que ela fique aqui dentro até dia 21, pelo menos!". Nesta consulta só me saíam pérolas. "Então e está com quanto peso?", ao que eu respondi, cheia de confiança "39!!". Imediatamente, corrigi para "49!". E o Duarte a desesperar, "o quê?", "59!". Não me saía o número certo. "Olhe, aumentei 12,5kg". Depois foi apalpar-me, "relaxe", "Tenha calma! Deixe-me relaxar que eu consigo. Sabe, é que com o meu marido costuma ser um bocadinho mais romântico". E o Duarte a enterrar-se na cadeira o mais que podia.
Consegui ir arranjar as sobrancelhas, as mãos, os pés e o cabelo. "É para ficares bonita para a tua filha?", gozou-me a minha mãe. "Não, é mesmo porque não faço ideia quando é que voltarei a ter energia para estas andanças.".
Fizemos a visita à maternidade. Apesar de ser dia de tolerância de ponto por causa da visita do Papa, a Enfermeira-Chefe Paula esteve presente para nos fazer a visita. Depois da minha passagem pelas urgências só me faltava mesmo conhecer a sala de preparação e de partos. Gostei muito. Não é nada de extraordinário, é uma instituição hospitalar pública, mas tem tudo o que é necessário. Fomos também às enfermarias, que agora só levam 4 puérperas de cada vez, e onde passarei 2 ou 3 dias.
Tenho a dizer que, ainda não tinha tido a criança, mas a MAC já tinha conquistado um lugar no meu coração. Independente do que acontecesse daqui para a frente, não senti outra coisa que não profissionalismo, atenção e, até, ternura por parte de todas as pessoas com quem lidei: seguranças, auxiliares, senhoras da limpeza, enfermeiras e médicas.
Para terminar a semana e quando dava mesmo jeito, o meu querido e atlético marido aparece-me em casa coxo. Foi jogar à bola e apareceu-me em casa com um tornozelo inchado - maior do que os meus dois juntos. Não é suposto serem as grávidas a ficarem de tornozelos inchados?



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Semana 39

Woo-hoo!!
Esta semana a coisa já parecia mais encaminhada. Na consulta semanal, fizeram-me o toque. Já está em baixo, já há alguma dilatação (um dedo ou dois consoante o tamanho do dedo - palavras da médica, não minhas!), e ela sentiu a cabeça da Miminho!!! Antes dos pais, coisa que eu acho uma pouca vergonha! Ela avisou-me de que o procedimento poderia doer, mas não custou nada. Algum desconforto, claro. Mas o cotonete continuava a ser o pior! "Agora vá fazer caminhadas e namorar, para estimular as contracções!".
Continuávamos com problemas de eloquência quando na hora de falar no peso! "Então, aumentou 25kg, não é?", "Eu???!! Nem pensar!! Só o recomendado e a enfermeira hoje não descontou o peso da roupa nem do calçado". Aumentei 14 - 15kg, mas o Duarte já estava pronto para me privar das sobremesas. Nem pensar! Não se atrevam a tirar a sobremesa (ou qualquer comida) a uma grávida. Redimiu-se ao lanche: meio croissant com chocolate para a Menina ❤
No dia a seguir à consulta, começou a sair-me rolhão mucoso (é o que dá por querer ir às compras e passar à frente das pessoas - toma lá!). Claro que, pelo meu desejo de que só seja a partir de dia 21, entrei em pânico. Fui logo deitar-me. Depois comecei a ter uma descarga qualquer, pensei logo "é líquido amniótico??", lá fiz os testes que a enfermeira me disse da outra vez e percebi que não. Fiquei logo mais descansada, podia tomar o meu banho relaxante para tranquilizar e diminuir qualquer contracção. Ainda para mais, neste dia fazia anos uma das pessoas mais horrorosas que tive a infelicidade de conhecer. Nem pensar que a minha filha ia partilhar a data com esse ser.
Aliado ao pânico de "ela não pode nascer hoje", senti uma adrenalina e um entusiasmo brutal. Acho que quando chegar a altura não vou ter medo nenhum. Não senti qualquer receio, apenas expectativa e entusiasmo de poder ser agora. Se não fosse querer esperar até aquele dia, já andava a subir e descer escadas, a andar quilómetros, a comer comida picante, a "namorar", etc! Mal posso esperar por entrar em trabalho de parto! Claro que fomos a correr tratar de pequenos pormenores que faltavam.
Lá a coisa acalmou. Na quinta-feira fizemos um jantar com amigos e, ao deitar, voltou o líquido. Tinha uma moinha nas costas, podiam ou não ser contracções. Sempre tive dores de costas e com esta barriga parecia-me normal. Na manhã seguinte o líquido e a moinha continuavam. Não reconhecia o cheiro, podia ser o rolhão que continuava a sair ou líquido amniótico. Falei com a minha tia (enfermeira) que me aconselhou a ir às urgências, pela possibilidade de ser líquido amniótico. Arrumei o nécessaire, o Duarte preparou umas sandes e umas águas, e lá fomos nós para as urgências.
Mas não era nada de preocupante. Avisaram-me logo, se fosse ruptura já não saía da maternidade, mesmo que ainda faltassem 2 ou 3 dias para o parto acontecer. Foi mais rápido do que da outra vez, conheci mais uma médica e enfermeira, de quem só tenho boas coisas a dizer. Divertidas e profissionais, ainda nos rimos bastante.
No fim de semana, comecei a tratar de andar. No sábado à noite, fui andar com uma amiga: 2,3km. No domingo, decidi descer até ao r/c e subir 9 andares, fazer exercício na bola (segui estes) e depois de jantar mais uma caminhada.
Mas a miúda, que dava sinais de ter vontade de sair antes de tempo, parece ter ganhado o gosto ao aconchego da barriga da mãe...




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Semana 40

E não é que chegámos à quadragésima semana?
Comecei logo por subir os 9 andares do meu prédio e fiz exercício na bola. As minhas pernas estavam a matar-me! Entre agachamentos, caminhadas e escadas estou a exigir muito delas.
Só que a Mini Mi parece gostar do exercício! Não fica nada a querer sair.
Decidi então fazer duas misturas de óleos essenciais (OE): uma para o banho de imersão e ambas para levar depois para a maternidade, quando entrar em TP. Para o banho meto logo os OE na água; mas fiz as misturas em roll-on, com um óleo base, para poder aplicar na pele quando estiver na maternidade. Um dos óleos é para relaxar e ajudar na altura das dores (não vou usar agora) e o outro é um energizante que contém óleos que dizem estimulam o trabalho de parto e dão energia (para quando já estiver mais cansada). Nesta fase estou a usar o "Energizante". Ontem o banho foi com os OE desta mistura, mas aproveitei e massajei o roll-on na barriga. Posso dizer que senti algo a acontecer, só que não evoluiu.
Na segunda feira à noite ainda tive umas contracçõezitas, mas depois acabei por adormecer. Acho que tive também durante a noite, não dormi muito bem. Será que o adormecer acaba por atrasar o TP? Aí estava uma pergunta para fazer à médica na terça feira.



Na consulta fizeram-me novamente o toque e repetiu o descolamento de membranas (que eu não me lembrava que tinha sido feito na consulta anterior). O colo estava mais baixo, mas a dilatação estava na mesma. Aparentemente, é suposto o toque e descolamento ser uma coisa altamente desconfortável e, até, dolorosa. Uma amiga minha, médica, disse-me que eu devia ser objecto de estudo porque a mim não me doía e continuava a dizer que não há pior do que o cotonete. Claro que era um bocadito desconfortável, mas não nada do outro mundo. Pelo menos até ao momento. Mas pronto, ficou assente que se ela não nascesse entretanto, iríamos à consulta na segunda-feira seguinte e ficava já internada para indução. Durante a tarde ainda tive algumas dores de costas, mas nada de extraordinário.
Nessa noite, combinei com amigos para ir ver o "Alien", podia ser que ela se sentisse inspirada e decidisse sair por iniciativa própria. E não é que resultou? Cerca de duas/três horas depois de sairmos do cinema entrei em trabalho de parto.
E que trabalho de parto! Em tempo escreverei sobre isso, porque preciso mesmo dessa catarse.


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