quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Empurrem-me!

Estou sempre a lamentar-me de como alguns aspectos da minha vida não me satisfazem e não me fazem sentir realizada ou a utilizar todo o meu potencial. Principalmente a nível profissional. Falo, grito, esperneio, quase que arranco cabelos.

Mas a verdade é: Não faço a ponta para a mudar.
Porquê? Estou confortável? Não... Será que é porque não sei o que fazer? Sim.

Gosto de tantas coisas e gostava de fazer tanta coisa diferente que tudo fica disperso e perdido. Funciono à base da obsessão. Se há um tema que me interesse fico completamente absorta no mesmo e vivo-o e respiro-o. Mas tem uma limitada duração temporal. Vivo-o tão intensamente que o esgoto e me canso. Quanto tempo se pode explorar exaustivamente qualquer coisa que seja?
Esgoto-o e volto à monotonia. Volto à monotonia e morro do tédio.

Gosto de trabalho que tenho? Não, nem por isso. Podia ser pior? Bem, tudo podia ser pior do que é. Podia ficar sem um braço ou uma perna.
Quero mudar? Preciso de mudar antes que enlouqueça! Consigo mudar? Não sei... Tenho essa força de vontade? Não sei... Porquê? Não faço ideia e isso enerva-me!
Sei o que procuraria fazer se ficasse desempregada? Sei! Sei o que me faria feliz? Sei! É só uma coisa? Não... São conciliáveis? Sim.
Sei o que preciso para dar o passo e iniciar o que me daria prazer? De uma das coisas sim, da outra não. Acho que seria bem sucedida? Não sei. Acho que tenho capacidade para o que quero fazer? Tenho a certeza!
Então porque não o faço? Não sei. Tenho medo? Provavelmente. Sou capaz de me despedir? Não. Porquê? Não faço ideia. Ficar sem emprego seria uma coisa positiva neste momento? Sim. Porquê? Porque me obrigaria a deitar mãos à obra. Sinto-me capaz para "pegar o touro pelos corno" e fazer-me à vida? Não. Porquê? Porque ainda não atingi o meu limite.

Parece que tenho de atingir pontos de ruptura para ser activa. E isso irrita-me. Eu irrito-me a mim mesma por ter esperar que chegue o momento em que ou ajo ou perco a sanidade mental para decidir o que fazer da minha vida. Ela está em piloto automático e eu não gosto disso. Eu é que devo ter o controlo do que acontece no meu percurso, devo ser capaz de fazer escolhas todos os dias para me melhorar e melhorar o que me rodeia.
Mas quando penso em escolher um caminho por onde começar não consigo. São várias as coisas que gostava de fazer e de me atirar de cabeça, não consigo escolher apenas uma.


Parece que preciso de alguém para me acompanhar nas minhas aventuras "empreendedoras". E eu não quero ser "empreendedora", eu quero apenas fazer algo que me ocupe a mente e me faça chegar ao final do dia extenuada, feliz e com a sensação de que sou útil, produtiva, de que estou a explorar todo o meu potencial.

Escrito a 01.12.2014

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