quinta-feira, 1 de junho de 2017

Babymoon

Train Spot GuestHouse - Estação Marvão/Beirã
Hoje em dia tudo tem um nome, tudo se torna moda. Actualmente, uma grávida que vá passar um fim de semana relaxado com o marido já está a fazer uma Babymoon. É a versão Lua-de-mel para os casais que estão prestes a ser pais.

Confesso que acho uma parvoíce esta dos nomes ou se andar à procura de pacotes específicos para isto. Mas também não sou adepta de luas-de-mel ou chás de bebé, fui eu que tratei destas coisas para nós - adaptada aos nossos gostos. Além do mais, sempre que há uma celebração associada, os preços aumentam e a diferença é que nos oferecem uma garrafa de champanhe (espumante...) e uns chocolatinhos. O meu conselho: tratem vocês como se fossem umas férias normais (que, na prática, até são) e depois dêem a dica ao hotel de que vão celebrar uma data especial. Normalmente fazem uma atençãozinha e não cobram nada por isso. No nosso caso, acaba por ser o Duarte a pedir, como se me estivesse a fazer uma surpresa.
No caso da Babymoon, são umas férias em que a mulher está mais limitada em termos de mobilidade e do que pode comer e beber.

Train Spot GuestHouse

Eu até acho uma ideia boa! Não percebo é porque é que tem de ter um nome e tornar-se moda.
Parece-me bastante importante que o casal tire uns dias para ir relaxar e namorar, antes de assumirem um novo papel que os consumirá imenso: o de ser pais.
É importante também, para se abstraírem um bocado do "vou ser pai/mãe" e dos arranjos do quarto do bebé, e dos exames, e de todo e qualquer assunto que diga respeito ao bebé e que, muito facilmente, nos consome o dia a dia.
E ainda, para ganharem energias para se reforçarem como casal, para terem privacidade, para fazerem amor (se os médicos deixarem), para brincarem, para descobrirem coisas novas, para partilharem outras.

No nosso caso, e com o Duarte a trabalhar como um mouro, ficámo-nos por um fim de semana por  Marvão e Castelo de Vide.
Aqui há uns anos, em trabalho, passei por esses dois sítios e fiquei apaixonada pela sua beleza. Desde esse dia que queria ir lá com o Duarte, mas havia sempre outras viagens ou outras coisas para fazer. Até agora, que lhe disse "quero ir passar um fim de semana fora contigo antes da bebé nascer".


Castelo de Vide

Claro que o nosso fim de semana esteve em risco de não acontecer (como tudo! Já repararam que eu não consigo combinar uma coisa e ela, simplesmente, acontecer?).
Isto porque o nosso fim de semana romântico estava planeado para a semana em que eu fui parar às urgências. Enquanto lá estive e durante a consulta em que me deram alta, perguntei às médicas que me observaram se podia manter as minhas férias, mas responderam-me que o melhor era perguntar à médica que me segue, na quinta feira antes da ida.
Até à consulta toda a gente me dizia que o melhor era cancelar a ida ao Marvão. Todos! E eu fazia finca-pé e dizia "Ai, vamos, vamos! Eu quero ir para o Marvão! Eu vou conseguir ir ao Marvão. E se entrar em trabalho de parto, 2h30 dão perfeitamente para chegar a Lisboa".

Chegado o dia da consulta perguntei à médica que me respondeu "Claro que pode! E deve! Vão lá para o Marvão que é lindíssimo! Vão passear, vão namorar! Mas nada de relações sexuais! Só podem olhar um para o outro".
Eu adoro a médica que me tem seguido na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, a Dra. Isabel Nery. É o meu estilo. Muito pragmática, sem papas na língua, mas sempre bem disposta. Meteu-se imenso comigo quando me fez o exsudado vaginal e eu me queixei imenso por causa de um cotonete. As palavras "Oh menina, tem de relaxar, senão como é que eu tiro o cotonete?", enquanto todos nos ríamos naquele gabinete, ficarão para sempre gravadas na minha memória. Mas, para a semana, sai o artigo sobre o terceiro trimestre em que conto melhor esta história.


Castelo de Vide

E, no dia a seguir, estávamos a caminho do Marvão.
Ficámos num sítio fabuloso: O Train Spot GuestHouse, localizado numa mítica estação de comboios, a estação Marvão/Beirã, classificada como património arquitectónico. Aqui passava o combóio que fazia Madrid-Lisboa e a estação Marvão/Beirã era a primeira/última em Portugal.
O Train Spot está impecável. Não é um hotel, é uma guesthouse com todas as condições que se pode querer. Limpo, asseado, com um pequeno-almoço de qualidade (tudo fresco e da terra - fenomenal!), bem decorado, enquadrado no cenário que o rodeia, sem pretensões. Arquitectonicamente, é lindíssimo.
Adorei, senti-me em casa. Conhecemos e gostámos imenso da dona, com quem ficámos imenso tempo a conversar sobre gravidezes, a diferença de vida entre Lisboa e o Marvão, etc.
Não me importava nada de voltar daqui a uns tempos.

Fomos na sexta feira para o nosso fim de semana. Na primeira noite, ficámos pela guesthouse, saíndo para ir ver o Benfica-Marítimo ao café da terra, onde a cada golo do Glorioso o dono ia para a porta soprar numa vuvuzela e onde perguntaram ao Duarte se era irmão do Rafael Rafa (acho que era esse o jogador, sou do SLB, mas há limites para tudo - O Duarte corrigiu-me, diz que ninguém diz "Rafael"). O jantar também foi por ali, num restaurante local. As costeletinhas de borrego estavam divinais. Agora marchavam.


Castelo do Marvão

No dia seguinte, depois de um farto e saudável pequeno-almoço, seguimos para Castelo de Vide.
Estacionámos junto ao Castelo, demos uma volta por ali e seguimos para a Judiaria. Entrámos na Sinagoga/Museu (que para nossa surpresa estava aberta a um sábado), descemos até à fonte da Vila e andámos pelas ruazinhas.
O Duarte só me dizia "E agora? Para subires? Como é que vai ser?". "Devagarinho e pela sombra!", respondi.
Almoçámos por Castelo de Vide e voltámos ao Train Spot para dormir uma sesta. Eu precisava de descansar e o Duarte não vive (ou vive mal) sem as suas sestas.
Quando acordámos seguimos para o Castelo do Marvão. Que é capaz de ser o Castelo mais bonito e bem enquadrado que já visitei. Lá em cima pode não haver muita coisa, mas o que há é grandioso e belo! Super bem cuidado, com muita atenção e carinho. Nota-se. Acabámos a lanchar (e a comer um gelado!) numa esplanada.


Quem não conhece esta zona do nosso país, devia! Vale mesmo a pena e não é preciso muito tempo.

Não passámos muito tempo no Marvão ou em Castelo de Vide, nem visitámos muitas coisas, para grande pena minha. Mas, nessa semana tinha estado nas urgências e não podia abusar da minha sorte. Nada de canseiras, nada de andar de um lado para o outro.

Castelo do Marvão

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