sábado, 5 de maio de 2018

Fraldas Reutilizáveis - Parte I: A Minha Escolha

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Fraldas há muitas!
Há tanto tipo de fraldas de pano, tantas marcas e tanto artigo sobre elas que acho não ser necessário estar a repetir o que já foi escrito por essa internet fora.

Encontrei este artigo que achei ser o que melhor explicava cada tipo de fralda: o que são, como se usa, prós e contras.
Esta loja/página, não só tem este artigo que vos pode ajudar a decidir qual o melhor tipo para vocês (ou se fraldas de pano são para vocês), como tem muitos mais sobre mitos, resolução de problemas, etc.
Garanto-vos que não tenho nada a ver com a Meekbum, simplesmente gostei da forma como abordavam e explicavam o que tem a ver com as fraldas reutilizáveis.

A minha escolha
Como foram escolhidas as fraldas que usamos com a Carminho? A minha mãe encontrou, no OLX, 30 fraldas Gyzzo por 100€ e comprou.
Não tive grande opinião no assunto, não tive oportunidade de fazer pesquisa sobre tipos de fraldas, nada. Tinha 30 fraldas em casa, de bolso, giras, novas e só tinha de as usar.

As Gyzzo são de tamanho único, o que significa (em teoria) que servirão durante todo o tempo em que a Carminho usar fraldas. Na prática, as fraldas de tamanho único não são as melhores para recém-nascidos, ficam muito grandes, porque só começam a servir por volta dos 3,5kg. Mas isso é algo que depende de cada bebé. Há bebés que nascem com esse peso ou mais.

Disseram-me, numa loja que só vendia outras marcas, que tinham deixado de vender estas porque havia muitas queixas de fugas, mas também já percebi que estas queixas ultrapassam a questão da marca e é mais uma consequência de se usar fraldas de pano. As fugas dependem não só da marca, mas dos materiais que se escolhem e da experiência que os pais vão adquirindo com a prática ao perceber o ritmo dos bebés, de como devem lavar melhor as fraldas, etc.
Eu estou bastante satisfeita com as Gyzzo.

No meu caso, as fugas eram apenas um bocadinho das calças ou body molhados e provocadas pelo tratamento errado que eu dava às fraldas (já explico mais à frente). De qualquer modo, como a cada 3 dias faço uma máquina de roupa, não me fazia qualquer mossa ter de substituir as peças de roupa com mais frequência. 3 calças ou 6, vai dar ao mesmo. Era só andar com 2 ou 3 mudas na mala.
Mesmo com as descartáveis há sempre o risco de fuga, basta não apertarmos o suficiente ou ela ficar meio torta e já está sujo. E digo-vos que as piores fugas (de cocó quase até ao pescoço) foram com as fraldas descartáveis.



Partes das fraldas
No caso das Gyzzo, tratam-se de fraldas de bolso e são compostas por 2 partes (fralda e absorventes) e 1 acessório (revestimento ou liner).

Fralda:
Nestas fraldas, o exterior é de material impermeável e forra em lã. A forra em lã, que é a que está em contacto com a pele do bebé é óptima por secar rápido e por ser um material delicado para estar em contacto com a pele sensível. O exterior, impermeável, funciona como capa que impede o xixi de sair da fralda e molhar a roupa do bebé.
Como são fraldas de tamanho único, vêm com molas e velcro para que se adaptem ao tamanho e crescimento do bebé.

Absorventes:
Estes são feitos de microfibra, que é um material que absorve muito rapidamente o xixi, mas não é o mais indicado para aguentar muito tempo sem mudar a fralda, logo não é o melhor para noites. Imaginem os panos amarelos de cozinha: absorvem a água num instante, mas se ficarmos a pressionar ela sai com muita facilidade. Há outros materiais, como o bambu ou o cânhamo, que não são tão rápidos a absorver os líquidos, mas que os contêm mais. Encomendei absorventes destes materiais, porque quero que a C. comece a usar as de pano durante a noite e quando fizer a experiência venho fazer um update e contar tudo.
Cada fralda vem com dois, um mais fino e um mais grosso. Se usam apenas um ou os dois, dependerá dos xixis do vosso bebé. Por aqui sempre usámos um de cada, porque a Carmita estava sempre a fazer xixi e grandes. Agora que já está mais crescida e eu reparo que não faz tanto, vou começar a usar apenas o maior, enquanto não chegam os novos (se dão para a noite, também dão para o dia).

Revestimentos:
São uma espécie de papelinho que se coloca entre a fralda e o rabiosque do bebé. São opcionais e perfeitamente dispensáveis enquanto o bebé apenas bebe leite.
Enquanto não se faz a introdução dos sólidos, o cocó do bebé (especialmente o de leite materno), sai muito bem com as lavagens e um pouco de sol (o sol é milagroso!). Quando começam os alimentos sólidos, os revestimentos dão jeito porque é só pegar no papelinho e deitar fora (lixo ou sanita, conforme a marca) e impedem que suje tanto a fralda.
Outra utilidade do revestimento tem a ver com a aplicação de cremes para o rabiosque. Mesmo que as fraldas de pano provoquem menos assaduras, elas acontecem sempre ou o bebé tem de fazer algum tratamento e precisamos de usar cremes. Os cremes não devem ficar em contacto com a fralda de pano, porque provocam entupimento/impermeabilização do material que resulta em fugas e podem estragar a fralda. Portanto, é um acessório que convém ter à mão, nem que seja para usar apenas nessas alturas.
Se quiserem fazer os vossos próprios revestimentos (e porque não?), utilizem tecidos naturais que permitam a respiração da pele e não absorvam a humidade, como algodão. Já li mães que fizeram revestimentos com tecido polar (por exemplo), não é uma boa ideia porque é um material muito sintético, quente e que absorve a humidade natural da pele e não a deixa respirar. Por exemplo, flanela é um bom material: é confortável, suave e natural.



A minha experiência
Antes de usar:
Ainda a Carmita não tinha nascido e já tínhamos as fraldas cá em casa, prontas a serem usadas.
As fraldas costumam vir com instruções e, tal como muitos electrodomésticos, precisam de ser lavadas antes de usar. Aliás, toda a roupa (de bebé e nossa) deve ser lavada antes de usar pela primeira vez. Simplesmente, no caso das fraldas não é apenas dar uma lavagem rápida e seguir com a nossa vida.
Neste caso, aconselhavam uma lavagem com detergente e duas sem detergente. Basicamente é o tratamento que se faz às fraldas entupidas (ver mais à frente). Portanto, 3 lavagens e colocar no estendal a apanhar solinho.

Quando começar a usar:
Só conseguimos começar a usar as fraldas reutilizáveis quando a Carmita tinha entre mês e meio e dois meses, não sei precisar melhor. Antes disso, ficavam-lhe gigantes, mesmo apertadas no máximo.
Até lá, usámos descartáveis. Sim, há fraldas de pano próprias para recém-nascidos, mas poupem-me. Mãe pela primeira vez, com um pós-parto terrível em que só comecei a andar como deve de ser 6 semanas depois, acham mesmo que me ia preocupar com fraldas? Com lavar fraldas? E o pai? O pai ainda hoje nem consegue prepará-las (algo que vai ter de aprender em breve, porque ele tem de saber fazer tudo). Há momentos em que temos é de pensar em simplificar a nossa vida e o ambiente fica em segundo plano.
Até começar com as reutilizáveis, usei as Libero. Falaram-me muito bem e eu acho que com recém-nascidos é melhor não inventar muito.

Como secar:
As Gyzzo, como quase todas as outras (se não forem todas), podem ir à máquina de secar roupa.
Pessoalmente, não sou fã de máquina para secar a roupa. Gosto que a roupa seque ao ar e exposta ao sol. Estou sempre a falar do sol, mas acreditem, não há melhor do que o sol para desinfectar e tirar manchas.
É mais chato é no inverno e, se tivesse máquina, provavelmente passaria as fraldas por um programa rápido de secagem e a seguir iam para o estendal para terminar e apanharem sol. Ou apanhavam primeiro sol e acabavam na máquina. Estamos num país onde há sol todo o ano, inclusivamente no inverno. É de aproveitar.

Os absorventes - quantos usar:
Como falei acima, depende do bebé e do tempo com que ele vai ficar com a fralda.
Durante o dia, sou apologista de se mudar a fralda com frequência. Mesmo que os absorventes sejam bons e o interior da fralda fique seco, houve xixi em contacto com a pele e ela estará suja. De qualquer forma, à medida que vão ficando mais cresciditos, vão fazendo menos xixi e sujando menos fraldas.
Mesmo espaçando os xixis, a Carmita sempre fez grande quantidade, pelo que usamos dois (um grande e um pequeno). Agora, vou experimentar deixar apenas o grande e ver como resulta. Tenho reparado que as fraldas estão menos "cheias", quando as mudo. Quando chegarem os absorvente novos também terei mais comparações a fazer: noite e dia, materiais (microfibra, cânhamo e bambu).


Na Parte II, falo da minha rotina passo a passo, das minhas excepções ao uso de fraldas reutilizáveis e de resolução de problemas (como fugas, desentupimento de fraldas, candidíases e vírus). 

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