domingo, 28 de setembro de 2014

O que eu procuro não és tu, sou eu.

    Porque me dizes essas coisas? Há mesmo necessidade disso entre nós? Precisas mesmo disso? Acreditas mesmo que é por ti que eu volto? Para te ver? Para te ouvir? Para te sentir?
    Eu não venho por ti. Eu venho por mim. Para me sentir viva, para ME sentir. Para que haja algo de diferente e emocionante no tédio que parte da minha vida se tornou.

    Não me interpretes mal, eu gosto de ti e estou encantada por ti. Pelo que és, por tudo o que fazes e procuras fazer. Pela imensa energia que tens, por não parares. Pelas parvoíces que dizes e que me fazem rir. Admiro-te, mas não é por ti que eu estou apaixonada. Estou apaixonada pelo espaço que criámos. Pela adrenalina que sinto por estar a fazer algo que é secreto. Por sentir que ainda sou capaz de sentir. Que o meu coração ainda bate, que a minha respiração ainda fica ofegante. Sentir que há algo que me entusiasma, que me excita, que me faz o sangue correr, furiosamente, pelas veias.

    Eu gosto de ti. Mais do que te tocar ou ver, eu gosto de te ouvir. Gosto de interagir contigo. Sei que está para breve o dia em que o nosso "espaço" acabará. E não nos voltaremos a encontrar, pelo menos intencionalmente. Desaparecerás ou desaparecerei eu. E será natural. Sei que não é "só por ti", eu sei que já conheceste pessoas tão ou mais interessantes do que eu. Não preciso de evidências, eu sei. E isso não me incomoda minimamente, tal como não me incomoda. Estou bem com isso. O que me incomoda é quando me dizes lugares-comuns, com um objectivo que eu não sei bem qual é. Eu não preciso que me digas isso, não quero que me digas isso.

    Eu gosto de ti, estou apaixonada pelo nós. Mas é por mim que eu faço isto. Por mim, não por ti. O que eu procuro não és tu, sou eu.

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