quinta-feira, 12 de julho de 2018

Um bocadinho de solidariedade, please

Ilustração por Norman Rockwell

Nem sei bem como começar este artigo. Estou cansada.
Mas isso estamos todas. Não conheço uma mãe que não esteja cansada. Mais não seja porque quando deixa de ter os filhos sob a sua asa continua a preocupar-se, a querer ajudar, e já não tem idade para que o corpo aguente a curtição da liberdade recém-adquirida.
Estou cansada porque "Eu não tenho opção", porque sou mãe a tempo inteiro.

E fico cansada com a falta de solidariedade.

"Olha-me a lata desta! Está em casa todo o dia de papo para o ar com a sua filhota e ainda se queixa!", pensam algumas pessoas.
Relaxem, não há nenhuma competição para ver quem está mais cansado. Vocês queixam-se da vossa vida e eu da minha sem tentarmos ganhar a coroa de "Miss Exaustão 2018", combinado? Até porque se fosse uma competição, eu diria que ganham os que não dormem. 
Antes de pensar em ter filhos, sempre que ouvia lamúrias de mães domésticas o meu pensamento era "Difícil é ter um trabalho e no final do dia ainda ter de tratar dos filhos e da casa! Não fazem nada todo o dia e ainda se queixam. O que é que custa?"
Estava longe de imaginar que o destino se haveria de encarregar de me fazer responder a essa questão.
Na minha cabeça (e na de muitas pessoas que não passam por esta circunstância), uma mãe a tempo inteiro passava o dia de papo para o ar a comer bombons, a ver televisão e a brincar com a cria. QUEM. ME. DERA!


MATI = Mãe A Tempo Inteiro

















Sabem porque é que custa tanto ser mãe a tempo inteiro? Porque não espairecemos. Porque não saímos nunca deste cenário. Todos os dias da semana são iguais. O cansaço não é tanto físico, é psicológico. A Carminho não está na creche, por isso estou sempre em modo mãe. Os meus dias são passados a falar e a cuidar de um bebé. E quando ela se deita eu já não tenho energias para fazer mais nada, a não ser babar durante uma horinha no sofá até adormecer.
Os pais que trabalham ou que têm os filhos na creche têm uma mudança de cenário. O Duarte já me chegou a dizer "isto ao fim de semana consegue ser mais cansativo do que uma semana de trabalho."

Quanto à falta de solidariedade de que falei no início, é um assunto que já foi falado entre nós, pais e casal, por isso é que agora falo do assunto no blogue.

Tenho um excelente marido e a Carminho tem um pai fantástico. No entanto, por vezes sinto que há uma enorme falta de solidariedade.
Nem todas as MATI são ricas ou dondocas. Nós não somos ricos, no entanto sou mãe a tempo inteiro. Isso significa que é o trabalho do Duarte que sustenta financeiramente o nosso lar. Foi uma escolha consciente que fizemos. Havendo possibilidade financeira, não me importei de deixar a minha vida profissional em pausa, para providenciar à minha filha um acompanhamento permanente da minha parte.
Esta escolha, a nível individual, resulta numa grande pressão para cada um de nós. Por um lado, eu lidar com a minha dependência total do meu marido (e se lhe acontece alguma coisa? E se ele me decide trocar por uma gaja mais nova? Ou mais velha? Ou se se farta?) e ficar numa situação delicada em relação ao mundo do trabalho actual que terá impacto na minha reforma (se a tiver). Por outro lado, o Duarte fica com a pressão de ser o único a ganhar dinheiro para providenciar uma boa vida à mulher e à filha. Enquanto pais estamos ambos certos e seguros da nossa escolha, enquanto indivíduos temos de lidar com as nossas inseguranças. É um equilíbrio delicado.



Da minha parte, não só tenho de lidar com a questão da minha situação profissional e o seu impacto na minha velhice, mas ao dedicar-me a tempo inteiro à minha filha, significa que fico com muito pouco tempo para cuidar de mim e eu sempre fui uma pessoa solitária. Gosto muito dos meus amigos e da minha família, mas a sociabilização esgota-me e sempre precisei de ter tempo sozinha para recuperar energias. Estar sempre com outra pessoa (por mais que a ame mais do que a tudo o resto neste mundo) deixa-me exausta e não tenho oportunidade para recuperar, porque quando deito a Carminho, vou jantar e a seguir adormeço.

Como o Duarte é quem ganha o dinheiro, tentei sempre não o impedir de fazer as outras coisas de que gosta. E ele não se corta a nada. Aproveita tudo. E, se por um lado eu acho fantástico, por outro sinto uma falta de solidariedade enorme, porque eu tenho de viver nos buracos de tempo dos outros. Tenho de viver enquanto a Carminho dorme e tenho de programar a minha vida para os intervalos do meu marido (para ele poder ficar com ela). Ver que ainda tenho de me adaptar aos passatempos dele, às vezes incomoda-me.
Será egoísmo? Inveja? Se calhar... E qual é o problema? A minha vida mudou radicalmente desde que fui mãe e toda a minha vida está dedicada a criar deste ser extraordinário que é a minha filha.

Há uns meses, voltei a ocupar-me profissionalmente com alguns projectos. Portanto, deixei de ter oportunidade para cuidar de mim, porque quando há um intervalo na vida do Duarte, tenho de aproveitar para trabalhar.  E eu vou ficando para trás. Ver uma mudança tão grande na minha vida e a dele continuar com as mesmas diversões, incomoda-me. Isto porque acho que de vez em quando deveria haver um pouco de solidariedade parental e ficar comigo em vez de ir a qualquer lado. Sim, é verdade que ambos diminuímos a frequência com que estamos com amigos, mas de resto ele continua com os seus hobbies e eu tive de abdicar dos meus.

Uma coisa que eu fiz foi juntar-me a outras MATI e falar à boca cheia de como me sinto. De vez em quando, juntamo-nos no parque com os nossos filhotes. Aquelas horas são a pensar no bem estar deles, para brincarem ao ar livre, meterem os pézinhos na relva, andarem nos baloiços e estarem com outras crianças. Mas acredito que para todas nós, apesar de nunca termos falado nisso, é um grupo de auto-ajuda. Um espaço em que somos todas iguais e podermos falar com outros adultos, saindo do nosso casulo mãe-bebé. Naquele momento, somos um clã e cuidamos das crias umas dos outras, relaxando.

A certa altura disto de ser MATI, tinha a Carminho uns 6 meses, comecei a sentir que ia enlouquecer. Sentia-me presa no mesmo dia, todos os dias. Não sei se já viram o filme "O Feitiço do Tempo", com o Bill Murray, mas era precisamente assim que eu me sentia. Decidi que tinha de me aplicar no meu futuro profissional e fazer dinheiro. Ia aliviar muito do stress da minha vida - ganhava dinheiro e ocupava a cabeça com assuntos não relacionados com a maternidade. No entanto, trabalhar em casa ou sermos os nossos próprios chefes significa exactamente o mesmo do que ser MATI: os outros acham que não fazemos um bacalhau. Que não fazemos nada durante o dia, que o nosso trabalho não tem tanto valor, que o nosso trabalho se pode interromper, que se algum trabalho tiver de ser re-agendado tem de ser o nosso. E o próprio Duarte entrou neste registo. Como trabalhava e queria espairecer, começava a agir como se o lazer ou descanso dele fosse prioritário em relação ao meu trabalho. Certo dia, ao telefone com uma amiga, que também é mãe a tempo inteiro e também se tinha dedicado a alguns projectos por conta própria, perguntei: "Sinto que o todo o meu trabalho é completamente desvalorizado e que  é passado para segundo plano". "E é mesmo. Aqui também, o que é que julgas? Parece que nos põem à prova", respondeu-me ela. E aí eu percebi que não estava sozinha. Também percebi que o Duarte não o fazia conscientemente. E, nesse momento, aceitando as diferenças biológicas entre homens e mulheres (a mulher é a cuidadora e o homem é o provedor), percebi também que a falta de solidariedade não era intencional ou por falta de atenção, era mesmo uma incapacidade biológica de perceber o que é ser mãe. Do que é ser mãe a tempo inteiro. Do que é ser mãe a tempo inteiro no século XXI. Só havia uma forma de ultrapassar isto e era falando.

"Mas podes ir, desde que não demores mais do que 3 horas", "Mas podes ir depois de ela adormecer", "Esta manhã não te chegou?" - são falsas escolhas. E já as ouvi.
Ir com um limite de tempo, não é ter tempo de qualidade. Deixa-me em stress, a olhar para o relógio se quiser ir a qualquer lado, tenho de chegar para sair logo a seguir.
Ir depois de ela adormecer não é opção, porque ao final do dia não tenho energia nem para fazer o jantar de raiz, quanto mais ir sair. E sair com quem? Quem é que sai durante a semana? Agora nas férias é mais fácil.
Sair uma manhã com uma amiga não me chega. Não! Eu passo a semana inteira em "modo" mãe e às vezes quero (e preciso) de sair deste registo. De não ter essa responsabilidade, de andar preocupada se come, se dorme, se bebe, se mama, se não está a comer a ração das gatas. Passo a semana inteira a comunicar com um bebé todo o dia, todos os dias, preciso de convívio com adultos a falar de outros assuntos, para manter a minha sanidade mental. Preciso de re-aprender a estar com adultos sem lhes estar a falar permanentemente das gracinhas da Carminho ou a pegar no telemóvel para ver as fotos que tirei durante o dia.
Preciso de convívio com adultos fora de minha casa, porque normalmente os convívios são aqui porque a D. Carmo está a dormir.


Às vezes sinto que eu abdiquei de tudo e o Duarte não abdicou de nada. E quero solidariedade! Pode nem ser 100% verdade, mas é o que sinto. Quero que, de vez em quando, ele diga "olha, hoje não vou à bola, para ficar aqui contigo". Quero que ele pense um bocadinho antes de dizer "Sim!" ao ser desafiado para alguma coisa. Só de vez em quando. Nem eu quero que ele fique sempre em casa, como eu. Porque estar sozinha de vez em quando é fixe - a Carminho ferra à noite e eu não me importo de ficar sozinha, seja a anhar, seja a ler, seja a escrever no blogue.

Mas gostava de, de vez em quando, não ser a castradora quando lhe digo que algo não é possível porque é exactamente na hora de deitar da Carminho e só dá para fazermos coisas juntos antes ou depois. Gostava que em vez de me perguntar se pode ir a qualquer lado, me dissesse "eu sei que estás cansada, mas vai haver um concerto e gostava de ir". 
Ok! O meu grande problema em relação aos tempos livres do Duarte é com a sua obsessão com futebol. E a forma como os tempos livres dele andam à volta disso.
Vai aos jogos, vê os jogos, lê sobre os jogos, vê os programas desportivos, joga à bola (chegou a ser 3x por semana!). É bola, bola, bola, bola...
Ter me sujeitar aos intervalos do trabalho e ainda aos intervalos da bola é demais para mim.

Mas já nos sentámos e falámos. Já estabelecemos prioridades: a prioridade é o trabalho do Duarte porque, de momento, é o que nos paga a renda; segue-se o meu trabalho; depois os tempos livres do Duarte (porque é mesmo algo que o deixa feliz). Entretanto, uma vez por semana a Carmita vai uma manhã para casa da minha mãe, deixando-me livre para ser e/ou fazer o que for preciso.
E os programas de comentadores desportivos estão proibidos!

Pronto! Está feito o desabafo! Está resolvida a questão.
Bom, bom, era ter uma empregada que limpasse e cozinhasse todos os dias, todo o dia. Isso é que era fabuloso. Assim dava para eu ser mãe dondoca NA. BOA!
Se eu ganhar o Euromilhões já sei. Uma governanta/ama (para quando eu tenho de ir tratar de algum assunto), empregada/cozinheira (para cozinhar os meus menus semanais) e um motorista/jardineiro (para não ter de andar à procura de lugares de estacionamento e ter alguém que me cuidasse das plantas, que eu deixo morrer tudo). Já tenho tudo planeado. O raio do Euromilhões é que 'tá quieto! Talvez amanhã.


15 comentários:

  1. Não sou mãe a tempo inteiro e sei perfeitamente como me sente, porque também sei que não era capaz, daria em louca, presa nessa vida monótona e nessa dependência. Também me vejo quando penso que eu não posso dizer que sim a tudo pq tenho a minha filha, mas os pais podem sempre ir a qql lado pq a mãe está em casa e toma conta.. ou então sai com a cria! Não está sozinha, e com certeza haverão mais pessoas como eu, que apesar de não serem MATI, sabem que é bem mais difícil do que alapar no sofá! Um beijinho

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    1. Realmente é muito fácil cair numa rotina de todos os dias serem iguais. Anda-se sempre a inventar para não dar em maluca. E é isso, os pais assumem que podem ir e nós ficamos em casa e se nos apetece que fiquem connosco sentimo-nos umas castradoras.
      Por aqui sair com a cria só é possível durante o dia. Quando lhe dá o sono para dormir à noite, não há nada a fazer sem ser deitá-la. O que é por volta das 20h. Não consigo mesmo ir a lado nenhum.
      Muito obrigada pela sua mensagem, Carina. Beijinhos

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  2. São opções... e eu q não sou MATI q saudades q tenho de pegar nas sapatilhas e ir treinar qd me apetecesse...
    Dizem os "entendidos" (ou os mais desapegados) com o tempo a coisa vai voltar ao normal 🙄

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    1. Olá, Susana.
      São opções e possibilidades. Nem toda a gente quer, nem toda a gente pode.
      Também tenho saudades disso - de calçar os ténis e ir dar uma "granda volta".
      Quando nos tornamos mães, a nossa vida passada já era! ahahah

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  3. Comprendo-a perfeitamente, aliás, poderia ter sido eu a escrever este texto. Estou há 3 anos como MATI do meu filho que, sem dúvida, amo de paixão. Mas sinto essa incompreensão alheia," então estás em casa e estás cansada?". O que as pessoas não se lembram é que os nossos dias são maioritariamente iguais! O que cansa e desmotiva psicologicamente. Os dias bons, como é óbvio, são mais do que os menos bons. Estar com crianças é muito mais do que brincar com elas! É ter toda a casa por nossa conta e ainda ter de fazer tudo pelo e com o nosso filho. Não quero ser mais do que ninguém, só que um bocadinho de compaixão por parte de quem nos rodeia, dava outro ânimo! Só isso. Obrigada pelo texto.

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    1. Olá, Anónima!
      Daqui tem toda a compreensão e solidariedade.
      Beijinhos e obrigada eu pelo seu comentário.

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  4. Olá! Eu já não aguentava mais. Por sorte consegui vaga numa creche de qualidade e nem hesitei. Em setembro a minha filha vai para a creche, não porque precisa de socializar ou coisa do género, mas porque eu preciso de ter a minha independência e ter tempo para outras coisas que perdi quando ela nasceu há 15 meses. Vou voltar ao trabalho e ter tempo para mim( espero eu). Tenho a certeza que a minha filha vai ficar feliz na creche porque eu vou ter mais paciência para ela quando deixar de ser MATI.

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    1. Olá, Marina! Que bom! Termos tempo para sermos nós é tão importante!
      Eu comecei a pensar nisso agora, ela já está mais crescidita, mama apenas porque eu estou ao lado, gosta de estar com outras crianças... Nem que fosse a meio tempo! Mas como são as coisas na minha zona, creche só para setembro 2019! Se calhar, com um bocadinho de sorte, ainda acaba por aparecer alguma vaga para setembro de 2018.
      Beijinhos

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  5. Que belo texto, muito sincero. Espero que resulte este novo plano. E parabéns por se dedicar à filha Não se esqueçam de vocês, enquanto casal.

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  6. Caramba! Que texto tão real! Apesar de não ser Mati, percebo absolutamente toda essa realidade porque tenho algo parecido.

    Não era mal pensado um grupo que se reunisse de vez quando para partilhar essas experiências e permitir as nossas crias um tempo de convívio juntas. Sempre seria uma forma de "desabafar", validar que não estamos sozinhas, ter um pouco de solidariedade.

    Uma curiosidade: o meu marido muitas vezes quando me queixo de que estou exausta e que preciso de ajuda dele, diz-me que é só pedir. Mas quando peço, muitas vezes distrai-se com outras coisas e tenho de estar sempre a frente de tudo. E eu frustrada digo: "Não acredito que os outros casais sejam assim, parece-me que os outros pais ajudam muito mais!"

    A resposta dele é que não valorizo o que ele faz e lembra-me da música "O marido das outras são..." :)

    Vai melhorar. Tenho certeza que sim.

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  7. O melhor texto que li sobre ser MATI. Também o sou. É duro. Grata pela partilha.

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  8. Identifico-me 100% consigo. Sou MATI ( alcunha essa que nem sabia existir). Amo a minha filha mas sinto-me frustrada todos os dias. Porquê? Por tudo isso e muito mais. O que nós somos? Desocupadas ( prespectiva alheia) o que realmente somos? Mães, mulheres, esposas, amigas, filhas, irmãs, colegas, vizinhas. Sim! Todos veem "bater á nossa porta" por achar que temos tempo de sobra. Não. Não o temos. Ainda pedimos aos céus mais horinhas para respirar ou então para simplesmente DESCANSAR.E o nosso companheiro no meio disto tudo? Um pobre Jesus Cristo que carrega a cruz do sustento da família ás costas. Se respeito o seu esforço para ser o único a por comida na mesa? Sim respeito. Não respeito é o facto de julgar-me cada vez que pesso ajuda em algo. " a sério? Eu cá estive a trabalhar o dia todo... Estou cansado.e tu? Que fizeste o dia inteiro? " São estes julgamentos que estamos sujeitas todos os dias e que muitas das vezes magoam. Apenas um agradecimento ao seu post que dá voz a todas as MATI que não são valorizadas por este país fora.

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  9. Obrigada por partilhar este belo texto. Esses sentimentos,receios, inseguranças que descreveu são muito semelhantes aos que sinto e isso faz-me sentir menos um alien. Sou MATI e tenho uma bebé de 6 meses que me ocupa durante 24h por dia. Sinto sobretudo que a maioria não entende que por vezes tenho que cuidar de mim,porque este é o meu trabalho ponto!E muitas vezes me sinto anulada socialmente e profissionalmente.Isto porque existe alguma incompreensão por parte das pessoas,porque acham que por estarmos no nosso lar que fazemos o que queremos e que não há assim grande coisa para fazer e facilmente esse pensamento abre espaço para a desvalorização, ingratidão e julgamento de certas pessoas em relação às MATI's sem ponderarem as inúmeras razoes válidas que levam as mães a optarem por se ocuparem a tempo inteiro. As minhas foram por motivos financeiros e porque acho que devo ser eu a cuidar da minha bebé e não me sinto muito confortável de ser outra pessoa a fazê-lo.Adiante, eu só queria deixar uma mensagem de apoio a todas as mães independentemente da situação em que estão e que façam o que acham melhor. Acho que temos o direito de tomar diferentes escolhas sem que isso prejudique a nossa autoestima,apesar de tudo ser MATI também é um trabalho multitarefeiro sem fim que merece todo o respeito.Mas eu sei que de vezes em quando,também surgem estas inseguranças e sensações de inutilidade apesar de tentarmo-nos convencer do contrário.Daí acho animador ler depoimentos de outras mães que estão no mesmo "barco" que nós.Obrigada.

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  10. Sou MATI por opção... é muito difícil ser MATI... é uma porta aberta a críticas. Identifiquei.me com tudo o que disse no texto...vieram.me as lágrimas aos olhos. A parte mais engraçada é quando falta algo por fazer porque por vezes o dia não estica...e nos perguntam "mas o que fizeste nas 2h da sesta do miúdo???" .... E a minha resposta é sempre a mesma: "Adormeci o bebe, fiquei com ele 20 min porque se saio antes do tempo ele chora e é tempo perdido, fui estender a roupa, tomei banho, lavei os dentes, vesti.me, pus a mesa, almocei, arrumei a mesa, lavei a loiça, voltei a adormecer o miúdo porque acordou e não terminou a sesta, fui dar de comer ao cão e ao cão da pradaria, levei o cão ao quintal para o seu ritual matinal, levei o cão da pradaria pro quintal também para que não se sinta abandonado, ufa... já tratei de todos e quando finalmente decido descansar um pouco....ups..esqueci.me que ainda tinha de fazer a sopa do menino e tratar do segundo prato..pq dizem que tem de comer tudo fresco...ok, wc...e finalmente o menino acordou..." Resposta do outro lado: "Então e tu demoras 1h a almoçar???" ...e sim o dia não passa de desarrumar...e arrumar...sujar e limpar..para que tudo esteja bonito quando chega o marido e aprecie a casa e passe tempo de qualidade com o filho e não se preocupe com as limpezas. Já ouvi também "mas a casa está como quando eu saí....o que fizeste o dia todo?" E a mha resposta é sempre: "MANTIVE a casa limpa"...As x não sobra tempo para novas limpezas...infelizmente é só limpar o que sujamos para que não fique pior :D sou feliz? Sou... é difícil? Muito.....tanto q as x prefiria sair pra ir trabalhar pro escritório :p segredo? Viver um dia de cada x literalmente... Ah e o meu filho até fazer 1 ano (fez agora em Novembro) acordava de hora a hora para mamar...e quem é que ia lá quase sempre? Quem me dera que o pai tivesse maminhas com leite ahahha :p beijinhos e obrigada pelo texto! Posso juntar.me ao vosso grupo de MATIs? Posso? Posso? Posso? XD

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