quinta-feira, 16 de março de 2017

A minha gravidez III: Preparação e concepção

No dia 01 de Agosto de 2015 casámos.
Logo a seguir, conforme acordado, deixei de tomar a pílula e comecei a alterar alguns hábitos para preparar o meu corpo o melhor possível.
Foi-me logo dito que, para a nossa idade, demoraria cerca de 6 meses a um ano até ser bem sucedida. Como adoro desafios e sou incapaz de os recusar, decidi que conseguiria em muito menos tempo - 3 a 6 meses. A Mini Mi deu-me a cabo dos planos porque fui bem sucedida demais.



Parte 1: A Preparação

1.1. Regras básicas

Há uma regra básica para preparar o organismo para uma gravidez e para facilitar a concepção. É uma regra que é válida para tudo e mais alguma coisa nas nossas vidas: ter um estilo de vida saudável!
Alimentação equilibrada, beber água, exercício físico (não é preciso ir para o ginásio, apenas levantar o rabo do sofá), cortar com o consumo de substâncias que não nos fazem nada bem (tabaco, café em excesso, álcool, outras coisas - naturais ou químicas), dormir bem!
Serve para quem quer engravidar e serve para tudo o resto.

Com isto voltei a ganhar motivação para fazer uma mudança nos meus hábitos alimentares e fazer aquilo que deveria fazer sempre (eu e qualquer pessoa): uma alimentação equilibrada, variada, sem exageros de carne ou peixe, com bastantes verduras, etc.
Cortei com os cafés e chás em exagero que bebia por dia. Um café e duas ou três chávenas de chá (bom, de qualidade, sem ser dos pacotinhos do supermercado) por dia. Isto ajudou-me a andar mais tranquila, menos stressada e até a dormir melhor. A diferença que fez!
Forcei-me a beber água. Hidratação, hidratação, hidratação! E tentava atingir o litro e meio (chás incluídos) até às 20h00, para não andar a fazer passeios à casa de banho durante a noite.
Deixei os substitutos dos lacticínios, embora tenha optado por produtos sem lactose (intolerâncias.....), para aumentar as reservas de cálcio.



Diminuí o consumo de álcool. Não é que bebesse álcool todos os dias, mas pelo menos uma vez por semana era à grande. Criámos uma "Tertúlia" com amigos e juntam-nos todas as quintas, para debater efusivamente temas actuais, de relevo ou não. Tanto podemos discutir a nossa posição em relação à eutanásia como debater se um vegan pode ingerir fluidos do parceiro. Claro que este ritual semanal, implica que se bebam umas quantas garrafa de vinho e algo mais espirituoso (descobri o Absinto quando fui a Praga e a minha vida mudou). Quando comecei a preparar o meu organismo para a gravidez, o consumo de álcool nestes dias teve de diminuir substancialmente. Incrivelmente, o grau de parvoíce das nossas conversas manteve-se inalterado.
Diminuir o consumo de tabaco. Sempre fui uma fumadora parva, ou seja, uma fumadora social. Portanto, foi diminuir isto e motivar o marido a cortar com o número de cigarros que fumava por dia.
Quem consome substâncias recreativas, como a marijuana, é melhor parar. Não era o meu caso, porque apesar de gostar do sabor e do cheiro, passava a vida a sentir-me mal, então há muitos anos que me tinha deixado dessas coisas. Mas tudo o que é droga (ilícita ou não) é para cortar: a não ser que sejam medicamentos necessários à vossa saúde, 'tá? E já agora: o THC, presente na Maria, torna os espermatozóides preguiçosos: até eles ficam pedrados e depois têm dificuldades em concentrar-se na sua tarefa.




Exercício físico: eu fui para o ginásio e arranjei um PT para me motivar. Mas não é necessário tanto exagero, eu é que sou de obsessões e faço destas coisas. Basta apenas caminhar 30 minutos todos os dias. Mexer um bocadinho é sempre melhor do que ficarmos "aparrados" no sofá. Além do mais o exercício físico tem efeitos semelhantes ao corte do consumo de cafeína: mais tranquilidade, menos stress, melhor sono.
Apanhar sol: Um bocadinho de vitamina D faz sempre bem e, aparentemente, o sol pode ter influencia na produção de hormonais importantes para a concepção. Não me perguntem quais, que não faço ideia. Eu não sou de apanhar sol, mas tive de forçar a barra. Portanto, depois de almoço ia sempre dar um passeiozito. Sol + exercício físico!!!
Evitar o stress. Bem, com a questão da cafeína e do exercício já abordei isto. Mas tentem viver mais tranquilas. Inscrevam-se no yoga, meditem, façam o que precisarem. Claro que a alimentação equilibrada, a hidratação, o sol e tudo o que define um estilo de vida saudável contribuem muito para este ponto.


1.2. Um percalço e mais dicas

Assim que terminou a lua de mel, fui logo ao ginecologista e disse-lhe que estava na altura de deixar a pílula. Ele aconselhou-me a começar logo a tomar ácido fólico em vez de esperar pelo resultado positivo, para ir criando já uma boa reserva no meu organismo.

Entretanto houve um percalço nisto tudo! Claro, porque comigo é sempre assim. Nunca pode ser fácil, nunca....!!! Já nem me surpreendo.
O nosso casamento foi a 1 de Agosto, usufruí dos meus 15 dias de licença, voltei ao trabalho e duas semanas depois ouvi um zum-zum de que me queriam "dispensar". Oh, felicidade! Mas espera... Se me despedirem, fico sem trabalho e talvez não seja a melhor altura para engravidar... Lá ficámos mais uns tempos em stand-by a debater o que fazer. Em Outubro/Novembro, decidimos que iríamos ver se a coisa pegava até ao final do ano, se até lá não engravidasse os planos ficariam interrompidos durante um ano, para que a minha situação profissional se definisse, mas não demorarmos demasiado tempo.
A ideia era preparar o organismo e ir "praticando" até a coisa pegar. Não pegou.


No entanto, não deixei de andar a tomar o ácido fólico e, embora tenha ficado mais desleixada, continuei a preocupar-me minimamente com o estilo de vida que tinha.
Tinha até Julho para ir preparando o meu organismo para, nessa altura, voltarmos a tentar de uma forma tranquila. Mas aqui a menina é uma controladora e não acha piada a esta coisa do "deixar a natureza seguir o seu curso" sem se meter ao barulho. Ei! Eu faço parte da natureza, portanto, se der uma mãozinha ela estará na mesma a seguir o seu curso!

Decidi que, já que tinha deixado a pílula era uma excelente altura para conhecer melhor o meu ciclo menstrual. Saquei várias apps, até achar aquela que tinha mais a ver comigo, comprei um termómetro basal (com duas casas decimais), mandei vir testes de ovulação e comecei a registar tudo religiosamente: temperatura ao acordar, mudanças no corpo, mudanças no humor, resultados dos testes de ovulação, muco cervical, altura do cervical... Nunca comprei os testes de ovulação da farmácia, são estupidamente caros e não valem a pena.

Reparem, os testes de ovulação funcionam identificado um aumento da hormona luteinizante (LH) que ocorre antes da ovulação, não no momento, e para detectar este aumento pode haver apenas uma janela de tempo muito reduzida, de cerca de 12 a 24 horas (pode ser maior, varia de mulher para mulher). Portanto, na semana em que se espera a ovulação convém fazer-se o teste duas vezes por dia, para uma melhor identificação do período fértil. O que se vende nas farmácias custa uns 35€ e só traz 7 testes, e para conhecermos bem o nosso ciclo é preciso estudá-lo durante uns meses. Eu, por 8€, mandei vir 100 testes de ovulação do Reino Unido. Ah! É quando há um resultado positivo neste teste que é a melhor altura de se ter sexo. O ideal é que seja antes de ocorrer a ovulação e não durante ou depois. Sem stress, o sémen aguenta algum tempo lá dentro - até 72 horas.

Outra coisa que ajuda é haver alguma frequência de actividade sexual, duas a três vezes por semana. É outro dos aspectos que não faço a mínima ideia porquê. Mas não custa tentar, não forcem é muito a barra. Já basta na semana de ovulação em que aí tem mesmo que se fazer senão nada feito e pode ser algo bastante aborrecido. De resto, divirtam-se, sejam criativos, explorem coisas novas!
Ah! E não vale a pena o estar a fazer-se todos os dias, a toda a hora. A frequência ajuda, mas se for a mais não vale de nada, porque convém que se dê tempo a que o esperma seja produzido, ok?

E lá andámos assim uns tempos: eu a estudar-me, a ser simultaneamente o estudante e o objecto de estudo; e o marido com a parte divertida, completamente à nora com os testes e registos que eu fazia diariamente.


Parte 2: A Concepção

Havia duas coisas que eu gostava de conseguir numa gravidez, mas que estavam fora do meu controlo: 
1. Ter uma menina;
2. Ter um leãozinho nascido em Agosto, como eu (perguntem a Leões nascidos em Agosto e todos vos dirão que, apesar de terem passado muitos aniversários sem amigos, não há melhor altura do ano).

Eu tinha-me proposto a conseguir engravidar em metade do tempo que os médicos indicavam para a minha idade. Portanto, tinha 3 meses para ser bem sucedida na concepção.
Para se ter um leãozinho, dizem as contas que se convém conceber em Novembro - Dezembro. Portanto, convinha começar a tentar três ou quatro meses antes.

Pois é, a cria decidiu, desde o início, mostrar que há coisas que uma mãe não pode controlar e a 31 de Agosto concebemos! Não vai ser uma leoazinha como a mãe, mas pelo menos o espermatozóide vencedor era um X e consegui que fosse uma menina!

Atribuo todas as culpas à boa preparação que fiz ao meu organismo e que impingi ao meu marido.
Mas bolas! Na segunda tentativa! No segundo mês! Não foi de 6 a 12 meses como dizem os médicos, nem de 3 a 6 como eu meti na cabeça que ia conseguir, foi logo no segundo mês.

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